Rice quer conferência internacional para apoiar Abbas
Outro objetivo de Rice é, segundo essas fontes israelenses, impulsionar novamente o estagnado processo de paz e conseguir que Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) comecem a negociar a paz de acordo com a proposta do Quarteto de Madri (EUA, União Européia, ONU e Rússia), conhecida como Mapa do Caminho.
Esse plano, que prevê a criação de um Estado palestino na Cisjordânia e Gaza junto ao de Israel, e com fronteiras negociadas entre as duas partes, foi definido em 2003, mas até o momento nunca foi iniciado.
Segundo as fontes, a maior preocupação de Rice é fortalecer Abbas, líder do Fatah e que está em conflito com o primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniyeh, que pertence ao Hamas.
Abbas disse na quarta-feira, antes de se reunir com Rice em Ramala, que as negociações com o Hamas para formar um Governo de união nacional acabaram por causa de suas divergências com Haniyeh.
Em conseqüência, o líder da ANP espera formar um novo Governo nas próximas duas semanas, mas deve viajar dentro de dois dias a Gaza para falar novamente com Haniyeh, que se recusa a aceitar as exigências do Quarteto de Madri, entre elas reconhecer a legitimidade do Estado judeu.
As fontes disseram ao jornal que "o Governo de Olmert mantém um diálogo com regimes árabes moderados, como no passado, ou seja, com Egito, Jordânia e alguns do Golfo Pérsico".
O jornal "Yedioth Ahronoth" revelou recentemente que Olmert se reuniu na Jordânia com uma importante personalidade da Arábia Saudita, país que não mantém relações com Israel. No entanto, a informação foi desmentida pelo primeiro-ministro israelense e pelo Governo de Riad.
Em 2002, durante uma "cúpula" de chefes de Estado árabes realizada em Beirute, a Arábia Saudita propôs a paz a Israel se este país saísse de todos os territórios palestinos e aceitasse o retorno dos refugiados da guerra de 1948.
A proposta do mundo árabe, aceita em Beirute, foi rejeitada na época pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon. No entanto, na quarta-feira, o ministro de Estado Meir Sheetrit pediu que o Governo israelense aceitasse o desafio, e a negociar inclusive a partir do plano saudita.
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