Repórter News - reporternews.com.br
Tecnologia
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 15:47

    Imprimir


Que a Internet tem potencial para ajudar nas campanhas eleitorais, isso os politicos já descobriram. Mas a maneira de explorar esse potencial de forma original parece continuar um problema para a grande maioria dos que homens públicos. Segundo números do Comitê Gestor, cerca de 2700 candidatos solicitaram o domínio '.can' para distribuir e-mails e abrigar páginas na rede, 20% a mais que nas eleições de 2004. O domínio existe apenas durante a campanha. Em 2000, quando foi criado, apenas cerca de 600 candidatos o solicitaram.

"Candidatos majoritários tendem a usá-lo para redirecinar para páginas próprias ou do partido, com conteúdo fixo. Já os minoritários, como deputados, provavelmente usam para compensar o pouco tempo de que dispõem na TV", explica Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br), órgão que implementa as decisões do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A evolução da busca desses domínios temporários, estimada por Getschko é significativa. Foram 600 em 2000, 580 em 2002, disparando para 2240 em 2004 e 2700 este ano.

Para o professor de comunicação social da UFF, Adilson Cabral, que pesquisa o uso social da tecnologia, os candidatos minoritários investiram mais na Internet do que os majoritários. Contudo, a maioria teve em comum a repetição de modelos tradicionais de campanha em TV e impressos. "Percebe-se o uso da ferramenta, mas não do conhecimento. O modelo continua a ser aquele em que um fala para muitos, como na TV. O ideal é que muitos falem para muitos, em que redes articulam redes, disseminando o conhecimeto", afirma.

Uma alternativa seria pegar carona na popularidade de sites como Orkut e YouTube para discutir idéias diretamente com os eleitores e mostrar conteúdo de vídeo sem os limites de tempo do horário eleitoral gratuito. Comunidades de candidatos não faltaram, nem vídeos. Até alguns que se pretendiam comprometedores. Mas os grupos que efetivamente debatiam eram poucos e a maioria dos vídeos era apenas repetição dos programas do horário eleitoral gratuito.

Apesar de a falta de legislação específica tornar a Internet propícia a ilícitos, nessas eleições o Comitê Gestor não recebeu nenhum pedido para retirar sites do ar, conta Getschko. Ele ressalta, contudo, que o Comitê Gestor não monitora o conteúdo dos sites: "Somos como uma lista telefônica. Temos todos os números, mas não controlamos as ligações".





Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/271052/visualizar/