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Internacional
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 15:23

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O Exército Republicano Irlandês (IRA) abandonou o terrorismo e encerrou suas atividades criminais para comprometer-se de maneira irreversível com a política, afirma uma comissão de especialistas em um relatório qualificado de histórico por Londres e Dublin.

"A porta está aberta para um acordo final para o conflito na Irlanda do Norte", declarou o primeiro-ministro Tony Blair depois da divulgação do informe que afirma que o IRA pôs fim a suas atividades criminosas.

As conclusões do documento, que isentam completamente o IRA de qualquer forma de atividade clandestina, constituem um sinal positivo a poucos dias da retomada das negociações para impulsionar a divisão de poder entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte.

Blair indicou esperar que "todos os partidos aproveitarão nesta oportunidade" para achar uma solução para o conflito da Irlanda do Norte.

O secretário da Irlanda do Norte, Peter Hain, também parabenizou as conclusões do informe.

"O IRA está agora firmemente comprometido em uma estratégia política, rejeitando o terrorismo e outras formas de crime", afirma a Comissão Independente de Controle (IMC), responsável por supervisionar os grupos armados na província.

O documento da comissão, dirigida por um ex-diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Richard Kerr, lembra: "Há três anos o IRA era um dos mais perigosos grupos paramilitares, com um poderoso arsenal, mas agora está decidido a participar no processo de paz e a não voltar a pegar em armas".

"Um retorno ao terrorismo não é mais uma possibilidade viável", concluiu a comissão, em seu 12º relatório desde que o IRA - que lutou durante décadas contra o controle britânico da Irlanda do Norte - anunciou em julho de 2005 o fim da luta armada.

Até a assinatura dos acordos de paz de 1998, chamados de Acordos da Sexta-Feira Santa, mais de 3.500 pessoas morreram na província, vítimas de violência sectária.

O documento, divulgado uma semana antes das discussões sobre o futuro da Irlanda do Norte, "estabelece as bases para um acordo final para (encerrar) o conflito na província", comemorou o governo britânico em um comunicado.

"Há uma histórica, e acredito que irreversível, mudança por parte do IRA, se afastando do terror, do horror e criminalidade do passado para um futuro democrático", declarou o secretário da Irlanda do Norte, Peter Hain.

Blair e o primeiro-ministro irlandês Bertie Ahern deram, em abril, aos representantes eleitos protestantes e católicos um ultimato, que expira em 24 de novembro, para a formação conjunta de um governo na Irlanda do Norte.

Blair e Ahern advertiram que se os dois lados não chegassem a um acordo até a data estabelecida, administrariam juntos e diretamente a Irlanda do Norte.

Na próxima semana, Blair e Ahern se reunirão na Escócia com os partidos políticos norte-irlandeses, para aumentar a pressão, já que a data limite de 24 de novembro se aproxima, e tentar estabelecer o governo de poder compartilhado da Irlanda do Norte.

Até o momento, o principal partido protestante, os democratas unionistas (DUP), se recusa a participar em um governo compartilhada.





Fonte: AFP

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