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Internacional
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 13:42

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A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, reiterou hoje seu apoio ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em disputa com o atual Governo liderado pelo Hamas, enquanto expressou sua preocupação com a situação humanitária nos territórios palestinos.

Na terça-feira, "tive uma conversa com o presidente (dos EUA, George W. Bush) por telefone, na qual falamos de como podemos ajudar o povo palestino neste tempo de dificuldades", disse Rice hoje em entrevista coletiva conjunta com Abbas, na cidade cisjordaniana de Ramala.

Rice acrescentou que também falou com Bush sobre "como apoiar Abbas e criar condições para que o povo palestino possa ter um Governo (...) que observe os princípios do Quarteto (de Madri) e, assim, poder avançar em direção ao que todos querem: (...) a solução de dois países, um Estado democrático palestino e outro israelense que convivam em paz".

A secretária de Estado americana também disse que transmitiu a Bush sua preocupação "com as condições humanitárias nos territórios palestinos" e, por isso, - prosseguiu - disse a ele que os esforços dos EUA serão "redobrados para melhorar a situação do povo palestino".

Abbas afirmou que tinha analisado com Rice as últimas negociações para chegar a um acordo sobre a formação de um Governo de unidade e de como, até o momento, não conseguiram fazer isso.

"Qualquer Governo pode ser formado se houver comprometimento em respeitar a Autoridade Nacional Palestina, as iniciativas árabes e da comunidade internacional e o reconhecimento dos acordos assinados entre a ANP e outras partes", ressaltou Abbas, que revelou hoje que as negociações para a formação do novo Governo tinham fracassado.

O presidente da ANP informou que, "até o momento, não há indícios de que estas exigências vão ser cumpridas", em clara referência ao Hamas, que rejeita reconhecer Israel, assim como os acordos assinados no passado entre israelenses e palestinos.

Abbas destacou ainda os esforços do Governo egípcio para obter a libertação do soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado em junho na Faixa de Gaza por comandos palestinos vinculados ao Hamas, enquanto insistiu em que "os prisioneiros palestinos detidos em Israel também devem ser libertados".

O presidente da ANP fez especial menção à precária situação da sociedade palestina, que estão em meio a um boicote econômico por parte dos principais países doadores desde a chegada do Hamas ao poder, há seis meses.

Destacou a questão das passagens fronteiriças, que Israel mantém fechadas quase de forma sistemática nos últimos meses.

Rice disse que verá o que pode fazer a respeito dessa situação - provavelmente em seus encontros com dirigentes israelenses - para garantir que as passagens permaneçam abertas por mais tempo.

O presidente da ANP também mencionou a deterioração da situação de segurança nos territórios palestinos e "os incidentes dos últimos dias", sobre os quais disse que "são conhecidos por todos e não quero entrar em detalhes".

Desde domingo, 13 palestinos morreram na Cisjordânia e em Gaza em confrontos entre simpatizantes do Hamas e do movimento nacionalista Fatah, o partido do presidente Abbas.

Rice deve se reunir ainda hoje com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, às 20h30 (15h30 de Brasília) em Jerusalém.

Segundo diferentes veículos da imprensa israelense, Olmert reiterará à secretária de Estado americana que seu país vê no Irã uma "ameaça existencial", devido às pretensões do regime de Teerã em ter capacidade nuclear.

No entanto, o centro das conversas será a questão entre palestinos e israelenses.

Rice concluirá sua viagem pelo Oriente Médio com uma reunião, no início da quinta-feira, com a ministra de Exteriores israelense, Tzipi Livni.





Fonte: EFE

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