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Internacional
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 09:18

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A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, exortou nesta quarta-feira os países árabes moderados a lutar contra "o extremismo", durante a etapa egípcia de sua viagem destinada a dar um novo impulso ao processo de paz no Oriente Médio.

No entanto, os chefes da diplomacia dos oito países árabes, com os quais Rice se reuniu na terça-feira antes de viajar para Israel e os territórios palestinos, se mostraram reticentes em compartilhar um compromisso junto com os Estados Unidos.

Depois de uma reunião a portas fechadas com o presidente Hosni Mubarak, Rice viajou a Tel Aviv, segundo o programa inicial.

Depois de passar pela Arábia Saudita, Rice celebrou no Cairo uma minicúpula com representantes do Egito, Jordânia e das monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CGC - Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar), países que os Estados Unidos consideram moderados.

"Este é um grupo positivo, inovador, que deseja promover um entorno de paz, promover um entorno em que o extremismo e o terrorismo sejam combatidos de maneira enérgica", declarou Rice à imprensa ao lado do ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Abul Gheit.

"Não se trata em absoluto de uma nova coalizão", assegurou a chefe da diplomacia americana.

Num tom mais prudente, Abul Gheit destacou que "a idéia (desta minicúpula) era se reunir, se consultar, trocar idéias e ver como se pode avançar o processo" de paz israelense-palestino.

O grupo, batizado por Condoleezza Rice de "CCG+2" e que se reuniu pela primeira vez informalmente no mês passado, em meio à Assembléia-Geral das Nações Unidas em Nova York, "não é dirigido contra nenhum grupo nem movimento em particular", acrescentou.

O chanceler egípcio assegurou que os ministros árabes mencionaram a necessidade de solucionar o conflito israelense-palestino, condição básica, segundo eles, para o advento de um "novo Oriente Médio" tão importante para a administração americana.

"O problema palestino é a peste desta região", declarou.

Em Jidá, onde se reuniu com os dirigentes sauditas, Rice pediu que os palestinos encontrem um governo que possa respeitar os princípios do Quarteto para o Oriente Médio.

Para reiniciar a ajuda internacional aos palestinos, suspensa desde o segundo trimestre deste ano, o Quarteto (Estados Unidos, ONU, Rússia e a União Européia) exige que o Hamas reconheça o direito à existência do Estado de Israel, renuncie à violência e aceite os acordos firmados entre Israel e os Palestinos.

Respondendo de maneira indireta de Gaza, o primeiro-ministro palestino Ismail Haniyeh considerou que Rice aplicava "a antiga política da divisão".

"Ela aplica o provérbio dividir para reinar melhor e quer estabelecer uma hierarquia entre os países árabes e islâmicos, assim como entre os povos desta região, com a finalidade de criar fatos consumados que sirvam à ocupação israelense", disse Haniyeh.

Nesta quarta-feira, Rice deve prosseguir seu giro por Israel e pelos territórios palestinos, onde à tarde se reunirá com o presidente Mahmud Abbas, num momento em que as negociações para a formação de um governo de unidade nacional palestino se encontram em ponto morto.





Fonte: AFP

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