Japão condena anúncio norte-coreano de teste nuclear
O novo chefe do Executivo japonês, que assumiu o cargo na semana passada, ressaltou em declarações à imprensa, logo após o anúncio da Coréia do Norte de que fará um teste nuclear, que este passo obrigará uma "dura" resposta internacional contra o regime Comunista.
"O Japão e o mundo não tolerarão em absoluto um teste nuclear (da Coréia do Norte)", disse Abe, conhecido por sua beligerância em relação ao regime comunista norte-coreano.
Abe assinalou que deu ordens a seu chefe de gabinete e ministro porta-voz do governo, Yasuhisa Shiozaki, para que se analisem todos os dados de inteligência militar em torno das ameaças Norte-coreanas.
Abe acrescentou que a assessora de Segurança Nacional japonesa, Yuriko Koike, que partiu rumo a Washington antes de saber da notícia, trocará informação a respeito com as autoridades Americanas.
Por sua parte, o ministro de Assuntos Exteriores japonês, Taro Aso, afirmou que um teste nuclear da Coréia do Norte seria uma ação "totalmente imperdoável" que ameaçaria a paz no Leste da Ásia.
Caso o teste seja realizado, acrescentou, o Japão tomaria medidas "severas" em cooperação com a comunidade internacional.
Aso insistiu em que o teste nuclear seria um fato "muito mais grave" que o lançamento de mísseis balísticos que a Coréia do Norte efetuou em 5 de julho e que desatou então uma grave crise no Extremo Oriente.
O surpreendente anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo Ministério de Exteriores norte-coreano, que indicou que seu país realizará um teste nuclear "no futuro" para elevar seu poder de dissuasão bélica e fazer frente à "hostilidade" dos Estados Unidos.
Na mensagem, divulgada pela agência central de notícias norte-coreana, órgão oficial do regime comunista, não se estabelece nenhuma data concreta para os testes.
Segundo a cúpula norte-coreana, "a extrema ameaça dos EUA de desatar uma guerra nuclear junto com as sanções e pressões (impostas por Washington) obrigam a República Democrática Popular de Coréia a realizar um teste nuclear, processo essencial para desenvolver a dissuasão atômica como medida de defesa".
A direção diplomática norte-coreana acrescentou que seu país não usará as armas nucleares, salvo em caso de ver-se impelido a defender-se da "hostilidade" dos EUA.
"As armas nucleares norte-coreanas servirão como um elemento de dissuasão crível para proteger os interesses supremos do Estado e a segurança da nação coreana da ameaça americana de agressão, evitar uma nova guerra e salvaguardar firmemente a paz e a estabilidade na península coreana em qualquer circunstância", assinalou o Comunicado.
Em agosto, os serviços secretos americanos e sul-coreanos indicaram que havia indícios na Coréia do Norte sobre a realização de um possível teste nuclear para aumentar sua força dissuasória frente aos EUA.
Em 10 de fevereiro de 2005, a Coréia do Norte reconheceu que dispunha já de armas nucleares.
Especialistas consideram que a Coréia do Norte possui plutônio suficiente para carregar 11 bombas nucleares, embora não haja informação clara sobre se o regime comunista já desenvolveu esse tipo de armamento.
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