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Nacional
Terça - 03 de Outubro de 2006 às 08:54

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Senador eleito pelo Rio de Janeiro com 3,3 milhões de votos, Francisco Dornelles (PP) disse que sempre acreditou na vitória nas urnas, contrariando pesquisas que davam como certa a vaga para a candidata do PCdoB, Jandira Feghali, que teve 2,7 milhões de votos. Ele atribuiu o ar de virada ao seu histórico político, citando sua atuação como ministro do Trabalho e deputado federal. Em entrevista a O Dia, Dornelles adiantou que terá atuação independente no Senado, qualquer que seja o presidente eleito.

Sua primeira providência será articular a redução da dívida do estado com a União.

Sobre qual será a sua posição em possíveis alianças na campanha presidencial do segundo turno, não deu detalhes e respondeu, à mineira, que apóia o candidato do PMDB a governador Sérgio Cabral.

As pesquisas indicavam a vitória da candidata do PCdoB, Jandira Feghali. Como o senhor explica a virada nas urnas, com margem de 612 mil votos?

Não me concentrei nas pesquisas, que variavam desde o início. Enquanto o Datafolha detectava vantagem de 12 pontos da candidata, pesquisa do DIA/Informa dava dois pontos. Houve divergência entre as pesquisas, e isso ficou comprovado nas urnas.

O senhor acreditava na vitória?

Sempre acreditei. Sentia isso nas ruas, durante a campanha. Devo o resultado ao meu trabalho. Como ministro, criei o salário mínimo estadual, que hoje é superior ao nacional. Proibi a substituição dos frentistas pelo sistema de self-service nos postos, preservando esses empregos. Fui articulador do maior acordo do mundo, que devolveu a 3 milhões de trabalhadores as perdas do FGTS. Só aí tenho 3 milhões de votos. Além disso, há obras minhas, com a minha assinatura, em cada município do Rio de Janeiro.

Quais são as suas principais metas para o Rio, como senador? A minha primeira providência será negociar a redução da taxa de juros sobre a dívida que o estado tem com a União. Atualmente, o Rio de Janeiro paga 13% do que arrecada em juros. Se conseguirmos baixar para 9%, teremos uma sobra de R$ 1,4 bilhão para investir mais, segundo as prioridades do governo, em educação, saúde e transportes. Não é fundamental negociar o prazo de pagamento da dívida, que é razoável. Não pretendo falar em prazo. Importante é reduzir essa taxa.

O senhor pretende apresentar proposta para ampliar recursos do estado? Uma de minhas lutas é a mudança na liberação dos recursos aos estados. Já defendia, como deputado, a adoção do orçamento impositivo, em lugar do autorizativo, que é o modelo atual. Pelo autorizativo, se a bancada aprova no Congresso Nacional o montante reservado às obras no estado, o governo só paga se ela for concluída. Autoriza, mas não obriga o repasse efetivo. Pelo impositivo, nenhuma verba aprovada será contingenciada. Se está no Orçamento, tem que ser cumprido.

Qual será a sua posição no segundo turno? Vou manter a agenda de campanha, no apoio ao candidato do PMDB ao governo do estado, Sérgio Cabral, como fiz em todo o primeiro turno das eleições.

E em relação à campanha presidencial? O senhor tem planos de participar ativamente? Essa é uma questão que está nas mãos do candidato Sérgio Cabral. Caberá a ele costurar o processo de alianças para o andamento do segundo turno.

Como será sua atuação no Senado, caso o presidente Lula seja reeleito? Minha posição é de independência, sempre apoiando tudo o que for de interesse do Rio de Janeiro.





Fonte: Terra

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