Venezuela nega presença de membro da ETA no Governo

O ministro do Interior da Venezuela, Jesse Chacón, afirmou hoje que o etarra José Arturo Cubillas "não é procurado pela justiça espanhola" e que "não existe nenhum membro da ETA" no Governo de Hugo Chávez.

Goizeder Odriozola, mulher de Cubillas, trabalha no Ministério da Presidência.

"Primeiro quero esclarecer uma coisa. No Governo não existe nenhum membro da ETA; há uma moça que trabalha no Ministério da Secretaria (da Presidência), que é nascida na Venezuela", disse Chacón, ao comentar a nomeação de Odriozola como diretora do escritório do Ministério da Presidência venezuelano.

O ministro acrescentou que Odriozola, nomeada no início de setembro, "não fez nada que a impossibilite de trabalhar com o Governo".

O ministro acrescentou que "ela conheceu na Venezuela uma pessoa (Cubillas) que em 1989, no segundo Governo de Carlos Andrés Pérez, se beneficiou de um acordo entre os Governos espanhol, argelino e venezuelano para que 11 pessoas vinculadas ao problema basco se mudassem para a Venezuela".

"Ele não é procurado pela justiça nem pelo Governo da Espanha, que sabe quando os 11 entraram na Venezuela", ressaltou.

Cubillas, de 48 anos, foi nomeado em outubro de 2005 diretor adjunto do Escritório de Administração e Serviços do Ministério de Agricultura e Terras venezuelano.

Nesta segunda-feira, o principal candidato da oposição venezuelana às presidenciais de dezembro, Manuel Rosales, denunciou sua presença no Governo de Chávez e pediu a sua demissão.

"Não é possível que nós tenhamos um terrorista no Governo.

Deveriam imediatamente tirar esse senhor da atividade que está cumprindo", disse o candidato de oposição.

Na sexta-feira, depois de revelados os cargos de Cubillas e sua mulher no Governo venezuelano, o vice-ministro de Justiça, Rafael Jiménez, declarou que eles desempenham funções que não são consideradas de confiança.