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Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 19:54

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O juiz de direito da comarca da cidade de Peixoto de Azevedo (691 quilômetros de Cuiabá), Tiago Souza Nogueira de Abreu, deferiu na tarde dessa segunda-feira (02) um pedido de mandado de busca e apreensão dos passaportes dos pilotos, Joseph Lepore, de 42 anos, e do co-piloto, Jan Paul Paladino, de 34.

Ambos estavam no comando e sub-comando do jato executivo Legacy - fabricado pela Embraer e recém adquirida pela empresa de táxi aéreo americana Axel Air Service – que colidiu com a aeronave Boeing 737-800 da empresa Gol, que resultou na morte de 155 pessoas. O acidente aconteceu no município de Peixoto de Azevedo na noite de sexta-feira (29).

O pedido foi feito pelo promotor de justiça do Ministério Público de Mato Grosso, Adriano Roberto Alves. Na noite de sábado (30), piloto e co-piloto, dois sócios proprietários da empresa Axel Air Service, que havia acabado de comprar o legacy, um jornalista americano e dois funcionários da Embraer, estiveram na sede da Gerência de Repressão Sequestro e Investigação, em Cuiabá, e prestaram depoimentos a dois delegados de Polícia Civil. Isso pelo fato do acidente ter acontecido em território mato-grossense e, também, para que seja apurado se houve falha humana.

Na tarde de segunda-feira o delegado Andersom Garcia convocou uma entrevista coletiva na sede da Diretoria da Polícia Judiciária Civil e disponibilizou os relatórios com os depoimentos de todos que estavam no Legacy, são eles: Josep Jean Lepore, Jean Paul Palladino (pilotos); os proprietário da empresa Excel Air Service, Ralph Anthony Michelli e Davyd Jeffrey; Henry Arthur Yandle e Daniel Robert Bachmann (único brasileiro), ambos da Embraer; e Joseph Michel Sharkey (jornalista do The New York Times).

A maioria dos depoimentos é longo e sem muita contradição. Os pilotos tentam culpar as torres de comando, ao relatarem que momentos antes da aeronave se chocar com o avião da Gol, tentaram manter contato com as torres de Brasília (DF) e Manaus (AM) e não conseguiram.

Segundo os depoimentos, eles perceberam quando algo bateu no avião, mas em momento algum desconfiaram que fosse uma outra aeronave. Quanto aos equipamentos de segurança e sinalização que têm as funções de evitar acidentes aéreos, estavam todos ligados e funcionando perfeitamente, argumentaram os pilotos.

Depois do choque com o Boeing da Gol, conforme o depoimento do piloto, um dos proprietários do avião teria ido até a cabine e dito ao piloto que algo havia batido no avião e que eles deveriam pousar. O piloto, ao notar que uma das asas do avião tinha se avariado, pois uma peça Wingel havia desaparecido da asa esquerda, resolveu pousar na base aérea da Serra do Caximbo, no Pará.

Aquele era o local mais próximo, pois eles tinham saído de São José dos Campos (SP) e iam para os Estados Unidos, quando passavam pelo local. Conforme os depoimentos, na hora em que estavam jantando num restaurante da região e viram a notícia de que um avião da Gol tinha desaparecido, é que tiveram certeza do que havia ocorrido.

Um dos donos do avião bem como o jornalista e os executivos da Embraer disseram não ter percebido o choque, pois estavam distraídos com computadores portáteis e ouvindo música. Apenas um dos passageiros, o outro dono, percebeu que algo havia danificado a asa da aeronave e foi avisar os pilotos. De todos os passageiros, apenas piloto e co-piloto devem ser ouvidos novamente no Brasil, pois a polícia não descarta falha humana.

Fotos em xerox do passaporte do co-piloto (capa) e piloto (dentro) disponíveis na matéria.





Fonte: Midia News

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