Biodiesel Alternativo!
Explico! O segmento de combustível é responsável por quase um quarto (24%) da arrecadação do ICMS estadual e somente neste ano, até o mês de Julho, a Secretaria de Estado de Fazenda – Sefaz, deixou de arrecadar quase 100 milhões de reais.
Foram 100 milhões de reais a menos para construir estradas, casas, postos de saúde etc, somente em 6 meses.
A queda se deve basicamente a redução no consumo de óleo diesel por parte do agronegócio (preparação do solo, colheita e transporte de produtos) e do setor madeireiro (redução do desmatamento e do beneficiamento da madeira).
Os empresários rurais e as empresas ligadas ao setor enfrentam uma crise desde o 2º semestre de 2005 e que ainda deve se estender por 2007. Não vou entrar no mérito das causas (dólar, juros, falta de crédito, política econômica, etc...), pois acho que é ¨chover no molhado¨, o que interessa é que estão diminuindo as áreas plantadas e buscando reduzir seus custos de produção.
Desde o ano passado, diversos produtores rurais estão utilizando o óleo de soja bruto misturado ao metanol, ao etanol ao próprio óleo diesel, para reduzir suas despesas. Em várias fazendas, utilizam até o óleo de soja puro, sem adição de outros combustíveis, para movimentar seus tratores, colheitadeiras, máquinas e caminhões.
Na prática, os empresários do setor rural estão produzindo um ¨biodiesel caipira¨, de forma quase artesanal, sem grandes preocupações com a composição do produto ou com o que poderá gerar de despesas de manutenção no futuro. Mas que futuro? Estão tentando sobreviver!
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, a redução do consumo de óleo diesel em nosso estado, por conta da utilização do Biodiesel (ou qualquer outro nome que se dê à mistura), já ultrapassa os 20%.
Na prática, ninguém precisa ser economista para verificar que a redução dos custos e as vantagens econômicas da utilização do biodiesel se dão por conta da ausência de tributação. Não existe legislação fiscal específica sobre o ¨novo¨combustível utilizado para consumo da classe produtora.
Se houvesse (na remota hipótese) uma isenção na tributação do óleo diesel, todas as vantagens econômicas (sem levar em conta as ambientais e de geração de emprego e renda) desapareceriam, pois o óleo diesel sem impostos não custa mais que 90 centavos por litro.
De acordo com números da Associação dos Produtores de Soja – Aprosoja, a estimativa média de consumo de combustível na produção rural é de 30 a 50 litros por hectare a cada safra, gerando uma redução no custo final de produção de até 35% na utilização do biodiesel alternativo.
Já existem na região de Sorriso, 6 fábricas do biodiesel alternativo que abastecem o mercado local e estimativas do segmento prevêem que esse número deve triplicar até 2007.
Pouco importa se o biodiesel é caipira, alternativo ou industrial, o que importa é que é um novo combustível, limpo, renovável e que pode impulsionar a economia de Mato Grosso num curto espaço de tempo, seja através da agricultura familiar, seja através do investimento em grandes indústrias.
É uma aposta no futuro, em nosso futuro!
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