Boeing da Gol pode ter caído na vertical, diz Infraero
O profundor e o estabilizador compõem o leme, determinando a posição da proa do avião. O Legacy pousou na Base Aérea do Cachimbo, no Pará, praticamente intacto. Sofreu uma pequena avaria no winglet, uma extensão da asa.
O jatinho pegou o Boeing de raspão. Mas acredita-se que o Legacy tenha atingido uma parte vital do comando do aparelho. "Provavelmente pegou o sistema elétrico e hidráulico do estabilizador", afirmou o brigadeiro. No ar, o sistema mantém o avião equilibrado, em vôo horizontal.
Destroços do Boeing foram encontrados a um quilômetro de distância do local onde foi localizada a fuselagem do avião, na reserva indígena de Capoto Jarinã, no Alto Xingu. A região é de difícil acesso, de mata densa, e fica em Mato Grosso, na divisa com o Pará.
O fato de os fragmentos estarem tão longe do local do acidente levou a especulações de que o avião perdeu partes durante a descida descontrolada. "Não há motivo aparente para supor que o aparelho tenha se desmanchado no ar", disse ao jornal ''O Estado de S. Paulo'' Newton Soler Saintive, engenheiro da aeronáutica, especialista em aerodinâmica. "Só o impacto da queda poderia determinar esse efeito."
Há outros indícios que comprovam que o avião teria caído na vertical ou, ao menos, em ângulo agudo. "O 737 não arrastou árvores da densa floresta amazônica durante a queda", disse Pereira. O avião da Gol voava a 821 quilômetros por hora, quase na mesma velocidade do outro jato.
O avião da Gol não explodiu no ar. Isso porque o piloto desligou os motores durante a queda para evitar um incêndio. O recurso é muito comum numa situação de emergência, pois pode haver vazamento de combustível. O Boeing também não explodiu ao bater no chão. A fuselagem foi encontrada no meio da mata, de ponta-cabeça, com o trem de pouso virado para cima, reforçando a tese da queda na vertical.
Comentários