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Economia
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 09:15

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O mercado doméstico vai abrir hoje repercutindo as eleições realizadas ontem. Pelo menos nas duas últimas semanas, os investidores, tanto nacionais como estrangeiros, passaram a se preocupar de forma mais ativa com os desdobramentos do processo político-eleitoral.

Da cena externa, o primeiro evento com peso na agenda dos próximos dias é o discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos EUA), na quarta-feira. O mercado espera que Bernanke fale sobre o nível de atividade econômica do país e as pressões inflacionárias que ainda existem.

Na sexta-feira passada, o presidente do Fed regional de Dallas, Richard Fisher, afirmou que as pressões inflacionárias nos Estados Unidos começaram a arrefecer. O Fed de Dallas mostrou, na semana passada, que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo com metas aparadas (conhecido como PCE, na sigla em inglês) se elevou a uma taxa anualizada de 2,5% em agosto. Em julho, esse indicador havia ficado em 3,2%.

Sinais de menores riscos inflacionários nos Estados Unidos são importantes para que o mercado conclua que não haverá novos aumentos de juros no país ainda neste ano.

Em comunicado, Fisher disse que foi o 'primeiro sinal encorajador de que as pressões sobre os preços americanos estão começando a enfraquecer'. 'E ainda que dê a impressão de estarmos numa trajetória correta, também gostaríamos de ver reduções em outras medidas de inflação mais amplas', completou.

Um importante indicador do nível de aquecimento da maior economia do mundo será conhecido na sexta-feira. Nesse dia, o governo americano divulgará números referentes ao desemprego e à variação das folhas de pagamento no país.

Estrangeiros de volta?

Para a Bolsa de Valores de São Paulo, sinalizações de que pressões inflacionárias não são mais uma ameaça tão real aos Estados Unidos -e, conseqüentemente, os juros não têm motivos para subir no país- são relevantes para que os estrangeiros voltem a aplicar com novo ânimo no pregão local. Responsáveis por mais de 30% das operações feitas na Bovespa, os estrangeiros são fundamentais para que as ações brasileiras subam de forma consistente.

Apesar de ter diminuído consideravelmente se comparada aos últimos meses, a saída de dinheiro externo da Bolsa paulista ainda não estancou.

Em setembro, até o dia 26, os negócios realizados pelos investidores estrangeiros na Bovespa estavam negativos em R$ 33,92 milhões.

'No âmbito nacional, teremos as eleições no fim de semana [ontem], onde surpresas nos resultados devem gerar volatilidade nos mercados acionários', afirmou Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.

O último escândalo envolvendo o partido do governo, o da denúncia de tentativa de compra de dossiê contra candidatos tucanos, respingou no humor dos estrangeiros.

Inflação

Internamente, haverá ainda a divulgação de importantes dados de inflação.

Na quarta-feira será a vez do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) referente ao mês de setembro. Na sexta-feira, vai ser apresentado o IPCA do mês passado.

O IPCA é o indicador utilizado pelo governo para monitorar a sua meta de inflação.





Fonte: Folha de S. Paulo

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