Filme brasileiro "Proibido proibir" começa com favoritismo em Biarritz

O filme brasileiro "Proibido proibir", do cineasta de origem chilena Jorge Durán, é o favorito para o Grande Prêmio El Abrazo do Festival de Biarritz, onde foi muito elogiado depois de ser exibido na seleção oficial.

"En el hoyo", do mexicano Juan Carlos Rulfo, e "Cuando me toque a mí", do equatoriano Víctor Aguirre, também são fortes candidatos ao prêmio máximo, que será concedido no domingo.

Mas o júri, presidido pela produtora e escritora francesa Laure Adler, ainda tem que avaliar dois dos onze filmes do concurso: o argentino "Tiempo de valientes", de Damián Szifrón, e o uruguaio "Ruido", de Marcelo Bertalmío.

Jorge Durán vive desde 1973 no Brasil, onde trabalhou no cinema primeiro como roteirista (escreveu, entre outros, o roteiro de "Pixote"). Seu primeiro longa-metragem como diretor, "A cor do seu destino", filmado em 1986, ganhou vários prêmios.

Em "Proibido proibir", Durán narra a história de amor e amizade de três estudantes universitários de Rio de Janeiro que se vêem diante de episódios de violência e corrupção policial de seu país. Paulo (Caio Blat) e León (Alexandre Rodrigues, um dos atores de "Cidade de Deus"), estudantes de medicina e sociologia, respectivamente, são amigos inseparáveis e dividem seu apartamento.

Paulo se apaixona pela namorada de León, Leticia (María Flor), e uma difícil situação de triângulo amoroso é produzida no momento em que os três, tentando ajudar os filhos de uma paciente gravemente doente, se deparam com a violência das favelas e da corrupção policial.

Meu filme pode ser visto como "uma espécie de reflexão sobre a ética de certos jovens", mas minha intenção "não é transmitir uma mensagem, mas simplesmente contar uma história", afirma Durán.

Durante a apresentação de seu filme em Biarritz, alguns críticos o compararam a uma obras-primas da Nouvelle Vague francesa: "Jules et Jim" de François Truffaut. Jorge Durán negou ter se inspirado nessa história.

"Em nenhum momento pensei nesse filme e, além disso, Truffaut não inventou o triângulo amoroso", disse.

Jorge Durán já prepara seu terceiro filme, "Gabriel, a sombra do edifício", que começará a rodar em 2007.