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Bemvindo Siqueira consegue se entender com a TV em novela
Para Bemvindo Sequeira, a vaidade é positiva para o ator. "Afinal, no momento em que cria seu personagem, o artista é semelhante a Deus", compara. Mas essa característica precisa ser dosada. "Quando acaba a criação, tornamo-nos mortais comuns", pondera.
Oscilando entre essas duas realidades, Bemvindo já experimentou altos e baixos em sua carreira televisiva. Estreou na TV com o sucesso Bafo de Bode, em Tieta, viveu o Zebedeu, em Mandacaru, reprisada no momento pela Band e marcou presença em programas de humor como Escolinha do Professor Raimundo. Mas os trabalhos seguintes não tiveram grande destaque.
Cidadão Brasileiro, da Record, marca o retorno do ator às novelas. Na trama, Bemvindo é Alfredo Dias, dono de um bar e do cinema de Guará, cidade onde se passa a trama. "O personagem só ia participar da primeira fase da trama. Mas agradou, segue até o fim e me rendeu um contrato com a Record até 2009", comemora.
Como surgiu o convite para atuar na novela Cidadão Brasileiro, da Record? A gente nunca sabe exatamente como surge um convite. Obviamente houve uma indicação do autor Lauro César Muniz, pois já nos conhecíamos e tínhamos vontade de trabalhar juntos. O fato é que a Record está entrando de cabeça na teledramaturgia e abocanhou o mercado de reserva que estava por aí. Em uma época recente, apenas uma emissora fazia novela. Então ela determinava o preço, pagava o que queria. Mas o que produzimos tem um preço. Eis que surgem mais três emissoras fazendo novelas e elas valorizam o que o ator é capaz de produzir. É aí que a Record me chama e eu visto a camisa da emissora.
Antes de atuar em Cidadão Brasileiro, você ficou um bom tempo longe da tevê. Esse afastamento se deve à situação que acabou de descrever, da falta do poder de escolha do ator? Eu dizia que não era um homem de televisão, mas sim de teatro. Foi quando caí em mim e percebi que também sou um homem de TV. Nos últimos tempos, fiz para o canal Futura e para a Globo o programa Tecendo o Saber. É uma novelinha de 65 capítulos que fala sobre cidadania. Durante oito meses me dediquei a esse trabalho. Além disso, fiz participações em Uga Uga e Kubanacan.
Mas antes de Kubanacan, que foi ao ar em 2003, sua última novela tinha sido Mandacaru, em 1997, na Manchete... Deu um intervalo grande e nesse tempo fui cuidar de teatro. Porque acontecia o que falei: ofereciam algo e achavam que tínhamos de ir a qualquer preço. Exigiam dedicação 24 horas por dia, não permitiam que nós fizéssemos teatro e pagavam um valor que não dava para a gente viver. Então você vai fazer shows, dar aulas. Descobre que pode viver sem ser por aquele canal. Mas agora a história mudou.
O sucesso do Bafo de Bode, de Tieta, não possibilitou que você tivesse mais voz na hora de negociar trabalhos na TV? Não aproveitei o bom momento do Bafo de Bode. Comprei meu apartamento, garanti meu teto, e só. Eu era tímido, tinha medo de incomodar o diretor Paulo Ubiratan. Durante oito meses em que gravei Tieta não fui uma vez à sala dele perguntar se estava gostando do meu trabalho. Acabou a novela e eu não sabia o que ia fazer da carreira. Hoje eu faria tudo diferente.
É difícil lidar com um meio tão cheio de vaidades como a TV? É importante que a gente saiba se situar. Meu registro profissional é o número um, da folha um, do livro um. Fui um dos que fizeram a lei que regulamenta a profissão de ator e isso me dá um orgulho muito grande. Mas isso só me dá algum direito no teatro, porque o palco é meu domínio. Na televisão, eu sou um funcionário. Tenho de respeitar a hierarquia. Sou estrela só da porta para fora. Vejo muito estrelato, mas a falta de humildade está diretamente ligada à falta de simancol. O jovem presunçoso tem que abaixar a crista, ou não tem futuro na profissão. Mas por outro lado temos novos atores humildes e talentosos. Esses é que vão permanecer.
Cidadão Brasileiro, Record, de segunda a sábado, às 20:15 h.
Oscilando entre essas duas realidades, Bemvindo já experimentou altos e baixos em sua carreira televisiva. Estreou na TV com o sucesso Bafo de Bode, em Tieta, viveu o Zebedeu, em Mandacaru, reprisada no momento pela Band e marcou presença em programas de humor como Escolinha do Professor Raimundo. Mas os trabalhos seguintes não tiveram grande destaque.
Cidadão Brasileiro, da Record, marca o retorno do ator às novelas. Na trama, Bemvindo é Alfredo Dias, dono de um bar e do cinema de Guará, cidade onde se passa a trama. "O personagem só ia participar da primeira fase da trama. Mas agradou, segue até o fim e me rendeu um contrato com a Record até 2009", comemora.
Como surgiu o convite para atuar na novela Cidadão Brasileiro, da Record? A gente nunca sabe exatamente como surge um convite. Obviamente houve uma indicação do autor Lauro César Muniz, pois já nos conhecíamos e tínhamos vontade de trabalhar juntos. O fato é que a Record está entrando de cabeça na teledramaturgia e abocanhou o mercado de reserva que estava por aí. Em uma época recente, apenas uma emissora fazia novela. Então ela determinava o preço, pagava o que queria. Mas o que produzimos tem um preço. Eis que surgem mais três emissoras fazendo novelas e elas valorizam o que o ator é capaz de produzir. É aí que a Record me chama e eu visto a camisa da emissora.
Antes de atuar em Cidadão Brasileiro, você ficou um bom tempo longe da tevê. Esse afastamento se deve à situação que acabou de descrever, da falta do poder de escolha do ator? Eu dizia que não era um homem de televisão, mas sim de teatro. Foi quando caí em mim e percebi que também sou um homem de TV. Nos últimos tempos, fiz para o canal Futura e para a Globo o programa Tecendo o Saber. É uma novelinha de 65 capítulos que fala sobre cidadania. Durante oito meses me dediquei a esse trabalho. Além disso, fiz participações em Uga Uga e Kubanacan.
Mas antes de Kubanacan, que foi ao ar em 2003, sua última novela tinha sido Mandacaru, em 1997, na Manchete... Deu um intervalo grande e nesse tempo fui cuidar de teatro. Porque acontecia o que falei: ofereciam algo e achavam que tínhamos de ir a qualquer preço. Exigiam dedicação 24 horas por dia, não permitiam que nós fizéssemos teatro e pagavam um valor que não dava para a gente viver. Então você vai fazer shows, dar aulas. Descobre que pode viver sem ser por aquele canal. Mas agora a história mudou.
O sucesso do Bafo de Bode, de Tieta, não possibilitou que você tivesse mais voz na hora de negociar trabalhos na TV? Não aproveitei o bom momento do Bafo de Bode. Comprei meu apartamento, garanti meu teto, e só. Eu era tímido, tinha medo de incomodar o diretor Paulo Ubiratan. Durante oito meses em que gravei Tieta não fui uma vez à sala dele perguntar se estava gostando do meu trabalho. Acabou a novela e eu não sabia o que ia fazer da carreira. Hoje eu faria tudo diferente.
É difícil lidar com um meio tão cheio de vaidades como a TV? É importante que a gente saiba se situar. Meu registro profissional é o número um, da folha um, do livro um. Fui um dos que fizeram a lei que regulamenta a profissão de ator e isso me dá um orgulho muito grande. Mas isso só me dá algum direito no teatro, porque o palco é meu domínio. Na televisão, eu sou um funcionário. Tenho de respeitar a hierarquia. Sou estrela só da porta para fora. Vejo muito estrelato, mas a falta de humildade está diretamente ligada à falta de simancol. O jovem presunçoso tem que abaixar a crista, ou não tem futuro na profissão. Mas por outro lado temos novos atores humildes e talentosos. Esses é que vão permanecer.
Cidadão Brasileiro, Record, de segunda a sábado, às 20:15 h.
Fonte:
TV Press
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/272330/visualizar/
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