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Saúde
Sábado - 30 de Setembro de 2006 às 15:36

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Mulheres jovens que tiveram os dois ovários removidos na esperança de evitar o câncer e não fazem terapia de reposição hormonal correm um risco maior de morte prematura, alerta um estudo, a primeira pesquisa detalhada sobre a questão, que será publicada na edição de outubro do The Lancet Oncology, um jornal especializado em câncer publicado pela revista científica britânica The Lancet, em Londres.

Todos os anos, centenas de milhares de mulheres antes da menopausa fazem a remoção preventiva dos dois ovários com o objetivo de evitar o câncer ovariano. Algumas delas têm variantes de dois genes, BRCA1 e BRCA2, sabidamente vinculados ao câncer feminino, e estudos demonstram que a remoção dos ovários parece ter um efeito protetor neste grupo específico.

Mas para a maioria das mulheres que não tem estas variantes de alto risco, pouco se sabe quanto à conveniência da retirada dos ovários, o que para algumas pode desencadear efeitos emocionais.

Médicos acompanharam 1.293 mulheres americanas que tiveram um ovário removido e 1.097 que tiveram as duas glândulas retiradas. As cirurgias foram realizadas antes da menopausa e as mulheres foram acompanhadas até sua morte ou o fim do estudo.

Eles, então, compararam os dados com os de 2.390 mulheres, separadas por idade e histórico, que não se submeteram a cirurgias do tipo. De um modo geral, o risco de morte foi o mesmo para todos os grupos.

Mas, no grupo das que extraíram os dois ovários, surgiu um risco para as mulheres que se submeteram à operação antes dos 45 anos e o risco aumentou significativamente para aquelas abaixo dos 45 anos que não fizeram terapia de reposição de estrogênio.

Quando comparadas com aquelas do grupo de controle, estas mulheres revelaram-se 1,6 vez mais suscetíveis a morrer prematuramente.

As causas principais foram câncer, problemas cardiovasculares e doenças neurológicas, tais como demência e mal de Parkinson. O risco aumentou para 6,3 vezes para mortes por problemas neurológicas.

Os cientistas, chefiados por Walter Rocca, um neurologista e epidemiologista da Mayo Clinic, em Rochester, Nova York, disse que não está claro se a remoção dos dois ovários antes dos 45 anos foi a causa da preocupante mortalidade ou simplesmente um indicador de outros riscos de saúde ocultos.

De qualquer forma, se uma mulher abaixo dos 45 anos tem câncer de ovários ou uma doença benigna que requer a retirada dos ovários, o argumento para a cirurgia é muito forte, disse Rocca.

A remoção também deveria ser considerada em mulheres mais velhas e em mulheres com risco muito alto de câncer ovariano, acrescentou.

O câncer de ovário recebeu o apelido de "assassino silencioso" das mulheres porque seus sintomas freqüentemente são ignorados ou confundidos com outros problemas, sendo diagnosticado tarde demais.

Ele é a quinta causa de morte por câncer em mulheres, segundo o Medline Plus, um site na internet administrado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA e pelos Institutos Nacionais de Saúde.

Segundo a fonte, as mulheres mais velhas correm um risco maior. Mais da metade das mortes por câncer de ovário ocorrem em mulheres entre os 55 e os 74 anos. Cerca de um quarto, em mulheres entre os 35 e os 54.





Fonte: Folha Online

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