Polícia Civil de MT vai investigar causas criminais da queda do Boeing 737-800

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso enviou hoje uma equipe da Polícia Civil ao local do acidente com o Boeing 737-800, da Gol, que caiu ontem à tarde, após colidir com um jato Legacy (da Embraer), em uma região de mata fechada dentro do Parque Nacional do Xingu, entre a Gleba Jarinã e a aldeia indígena dos Metuktire, há cerca de 200 km da cidade de Peixoto de Azevedo.

O delegado Luciano Inácio e os peritos Reginaldo Rossi do Carmo e Zuilton Braz Marcelino irão investigar as causas criminais do acidente. Eles já estão em Sinop e irão se deslocar de helicóptero até a fazenda Tangaraí, onde a Força Aérea Brasileira (FAB) montou uma base para conduzir o resgate.

Quando chegarem aos destroços do avião, Rossi, perito criminal especializado em identificação de DNA forense, deverá colher amostras dos corpos cuja identificação visual, documental e por arcada não for possível.

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, o inquérito da Polícia Civil deve apontar as pessoas que podem ter contribuído para a queda do avião, como, por exemplo, membros da equipe responsável pelo controle do tráfego aéreo da região.

A tripulação do jato executivo que bateu no Boeing e pousou com apenas uma asa quebrada, deverá ser ouvida por Inácio: “Não podemos acusar o jato de irregularidades neste momento. Ainda não se sabe o conteúdo dos depoimentos dos tripulantes – apenas que o piloto disse ter batido em algo durante o vôo”, ponderou Oliveira.

Até agora não há confirmação das informações sobre sobreviventes, já que a equipe da FAB ainda não atingiu o local – a Infraero divulgou no início da tarde que um número indeterminado de passageiros havia sobrevivido.

As vítimas fatais deverão ser transportadas para a fazenda Tangaraí – que possui pista de pouso – e de lá para a base aérea de Cachimbo e só então serão encaminhadas para Brasília para identificação e necrópsia: “Estimamos que a operação seja feita em três dias. Temos, além dos peritos criminais e do delegado, a equipe de saúde de Peixoto de Azevedo, duas equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e até veículos particulares disponíveis”, explicou Oliveira.

Desde ontem, bombeiros de Sinop, Sorriso e Alta Floresta integram a equipe de busca. Índios das aldeias vizinhas orientam a entrada e abertura de clareiras na floresta e a FAB mantém três helicópteros e aviões na região. O espaço aéreo, controlado por Manaus (AM), está fechado e apenas aeronaves autorizadas podem se aproximar do local.