Polícia acusa serviço secreto do Paquistão de ataques em Mumbai
Numa entrevista coletiva, A. N. Roy, o comissário de Polícia de Mumbai, no oeste da Índia, disse que o ISI foi "o cérebro" que planejou os ataques, os quais mataram cerca de 186 pessoas, e que pelo menos 11 paquistaneses foram detidos por seu envolvimento no caso. As declarações foram feitas ao término da investigação oficial sobre os atentados terroristas, que causaram grande comoção pela semelhança com os ataques de Madri, em 11 de março de 2004, e de Londres, em 7 de julho de 2005.
"Concluímos a investigação dos atentados de 11 de julho. Todo o ataque foi planejado pelo serviço secreto do Paquistão e levado a cabo pelo (grupo) Lashkar-e-Taiba (LeT) e seus integrantes na Índia", disse A. N. Roy, que não vê conexões entre esses ataques e os de 11 de setembro nos EUA.
Doze das 15 pessoas detidas tiveram confirmada sua participação direta nos atentados. Delas, 11 são de nacionalidade paquistanesa.
Os autores dos atentados, segundo o chefe policial de Mumbai, foram treinados na localidade de Bahawalpur, no Paquistão, e usaram entre 15 e 20 quilos de explosivo RDX comprados no Paquistão, com os quais fizeram oito bombas.
Os ataques começaram a ser planejados em março passado e nele foram utilizadas bombas colocadas dentro de panelas de pressão, guardadas em bolsas nos trens e escondidas com guarda-chuvas e jornais, contou Roy.
Desde o primeiro momento, as autoridades indianas apontaram o Paquistão como possível cérebro desses atentados. Além disso, sempre suspeitaram da autoria do grupo LeT, baseado na Caxemira paquistanesa. Mas até agora a acusação não tinha sido tão explícita.
O Governo do Paquistão negou qualquer relação com os atentados de Mumbai.
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