Mãe reecontra bebê seqüestrado há um mês no Rio
"Para mim é como se ele estivesse nascendo de novo. Sinto uma coisa que eu não sei dizer qual é, só sei que estou muito feliz em ter o meu filho de volta", disse Débora.
Conforme o relato feito na delegacia, Débora levou o bebê ao Posto de Atendimento Médico (PAM) do Engenho de Dentro e, quando deixava o local, já com o filho medicado, foi seguida por Viviane, que estava acompanhada de um casal. Viviane sacou uma faca e encostou no pescoço de Débora, exigindo que ela entrasse em uma Brasília amarela. O carro seguiu para o bairro de Quintino Bocaiúva, também na zona norte da cidade, onde a seqüestradora, depois de dizer que não faria nada com a criança, exigiu que a mãe levasse uma encomenda para ela com um mototáxi.
Quando Débora retornou ao local, não encontrou mais Viviane, que desapareceu com o bebê.
"Eu perdi a vontade de fazer tudo. Nem comer estava conseguindo, nesses dias todos", disse Débora, que passou quase um mês angustiada com a falta do filho. Ao mesmo tempo, a irmã de Viviane, Amanda Santana dos Santos, 17 anos, passou a desconfiar e junto com as amigas, Gleice Kelly Luciano Dias, 16 anos, e Sueli Dias de Almeida, 19 anos, resolveu intervir.
Seqüestradora tinha fingido gravidez Viviane fingiu uma gravidez para tentar prender o marido. Depois de aparecer com a criança, ela foi pressionada por bandidos do jardim Catarina, onde ela morava, em São Gonçalo. Para fugir das pressões, ela mudou-se para o bairro do Jóckei, também em São Gonçalo, mas continuou sendo observada pela irmã e pelas amigas, que na tarde de ontem, resolveram pressioná-la a explicar como conseguiu o bebê. Depois de várias respostas evasivas, Viviane acabou confessando o seqüestro.
Destino traçado O bebê foi levado para o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) do bairro do Jóckei. Os policiais e as testemunhas não sabiam como encontrar a mãe do bebê, mas o reencontro dele com a genitora parecia estar traçado.
Um inspetor foi a Rio D´ouro resolver um problema particular e, ao passar pela delegacia, revendo amigos, se deparou com o registro da acusação contra Viviane. O inspetor lembrou do registro feito em Todos os Santos e entrou em contato com a família do bebê.
Bebê precisou de mãe de leite O bebê, que estava sendo alimentado por Viviane com leite vendido em caixinha, depois de 28 dias recebeu sua primeira alimentação com leite materno de Sueli Dias Almeida, uma das amigas da irmã da seqüestradora. Sueli é mãe de uma menina também de meses. "Para mim foi um prazer ser mãe de leite dele e muito legal ver a mãe dele feliz com o filho de volta".
A irmã de Viviave, Amanda, contou que não desconfiou de nada porque estava na casa da avó em Quintino. "Acho que ela fez isso por causa do marido dela. Seria uma forma de prendê-lo. Ela fingiu uma gravidez durante nove meses e depois ficou quase 20 dias para ter o bebê, que não tinha aparência nenhuma com ela, nem com o marido. Lamento muito a situação de minha irmã, mas ela errou e vai ter que pagar por isso".
Comentários