Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 26 de Fevereiro de 2013 às 14:57

    Imprimir


Autoridades em segurança pública debateram nesta terça-feira (26) a violência em Santa Catarina, na primeira edição de 2013 do Painel RBS no estado. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi a primeiro a falar. Sobre os presídios federais, o ministro afirmou que eles "têm uma postura muito rigorosa" e que "tem havido um rompimento de liderança de organizações criminosas" após a transferência de presos. "Não temos nenhum indicador que mostre que não é uma boa solução".

 
Também participaram da discussão o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o comentarista em segurança pública da Rede Globo, Rodrigo Pimentel, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB/SC), Tullo Cavallazzi Filho. O debate foi transmitido ao vivo pelo G1 entre as 10h e 11h40 desta terça.
 
Condições carcerárias
Cardozo também afirmou que as condições carcerárias no Brasil "são péssimas". Segundo ele, elas geram situações em que as pessoas colocadas atrás das grades são cooptadas pelas organizações criminosas, saindo da unidade prisional como um braço da facção. Ele se mostrou contra a redução da maioridade penal. Conforme o ministro, se houver redução, os presídios no Brasil não só não irão corrigir, como agravarão a situação da criminalidade do menor, que acabará saindo como membro de uma organização criminosa.

 
Para o presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho, a entidade tem que fiscalizar indícios de violação aos diretos dos presos e levar informações em tempo real para as autoridades tomarem ações diretas. "Indícios de tortura tem que ser investigados e punidos imediatamente", disse. "O que o preso quer é cumprir a pena em boas condições", complementou.

 
Modelo de presídios

 
De acordo com o ministro, a motivação central dessas organizações criminosas tem a ver com as péssimas condições prisionais no Brasil. Buscando uma solução, o governo federal estuda a penitenciária industrial de Joinville, no Norte do estado, em que, após cumprirem a pena, os presos conseguem trabalho em uma empresa. "Nós temos que levar o trabalho para dentro do presídio, tem que ter estudo, bom tratamento de saúde. Há muito preconceito em relação à pessoa que cumpre a pena e quer um trabalho. É necessário parcerias com iniciativa privada, pragmaticamente temos que dar oportunidade aos egressos, para que eles não voltem ao presídio", afirmou.
 
 
Sobre modelos do sistema prisional, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, elogiou o modelo do presídio industrial de Joinville. "É o mais caro, mas o que traz mais benefícios", disse. "Com o emprego, o preso se recompõe", completou. Segundo o governo, está havendo investimentos em equipamentos móveis semelhantes a "carrinhos", que identificam a presença de celulares em presídios catarinense.
Para Colombo, uma soma de fatores se juntaram para gerar essa crise. Ele citou as novas unidades prisionais, entre elas as de Criciúma, Lages e Chapecó, em que há um sistema operacional diferenciado, sem contato de agente com preso. "Nós sabíamos que tinha que fazer uma operação mais difícil", afirmou o governador.

 
Advogados presos
Sobre os advogados que foram presos suspeitos de ajudarem os criminosos ligados aos atentados, Cavallazzi Filho disse que a OAB está investigando a conduta deles, mas que ainda não há conclusões. Um parecer deve sair na próxima semana. Caso seja comprovada a suspeita, a licença desses advogados será suspensa temporariamente.
 
Estado seguro
Para o governador, Santa Catarina é o estado mais seguro do Brasil. "Nossos índices de homicídios estão caindo". Ele citou o carnaval, quando, segundo ele, houve uma morte em acidente de trânsito, número baixo em comparação com outros lugares brasileiros onde o turismo é forte.

 
"Quando você aperta o tráfico de drogas, você aumenta o arrombamento de caixas eletrônicos", completou, dizendo que os entorpecentes são uma fonte de financiamento das organizações criminosas. Ele afirmou que estão previstas mais de seis mil novas vagas no sistema prisional de Santa Catarina, em São Bento do Sul, Blumenau e Imaruí, e que os recursos para elas estão assegurados.

 
Após o debate, o governador fez uma avaliação sobre a discussão. “Eu gostei muito. Ouvi a segunda parte, foi inspirador”. Ele também falou mais sobre a modernização dos presídios, dizendo que o governo vai investir em novos conceitos de unidades prisionais. Além da não comunicação entre agente penitenciário e preso, nesse novo modelo não há um pátio em comum para todos os detentos. Em cada cela há oito pessoas e um pátio exclusivo.



Painel RBS debate segurança pública em SC (Foto: Renan Koerich/G1)Painel RBS debate segurança pública em SC (Foto: Renan Koerich/G1)




Fonte: Do G1 SC

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/27263/visualizar/