Geórgia libera um russo mas processará outros quatro "espiões"
"As acusações são graves e os russos podem ser condenados a longas penas", disse hoje Guivi Targamadze, presidente do Comitê parlamentar de Segurança e Defesa Nacional.
A Justiça georgiana deve apresentar acusações formais contra os militares russos num prazo de 48 horas após sua detenção, que aconteceu na quarta-feira. Caso contrário, terá que soltar os quatro.
O militar liberado, um soldado lotado na base militar russa de Batumi, foi levado hoje pela Polícia georgiana até o quartel-general das tropas russas em Tbilisi, a capital do país.
As autoridades georgianas revelaram que a sexta pessoa detida por suspeita de espionagem é um georgiano, e não um membro do GRU, como havia sido dito inicialmente.
A detenção dos agentes abriu um conflito diplomático entre Geórgia e Rússia. Ontem, o embaixador russo em Tbilisi foi chamado para consultas em Moscou. Hoje a embaixada começará a retirar parte de seu pessoal diplomático.
Um dos cinco aviões Iliushin-76 fretados pelo Ministério de Situações de Emergência já aterrissou em Tbilisi para repatriar os funcionários da missão russa.
A Rússia anunciou sua intenção de levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Além disso, pediu à Otan e à OSCE que reconsiderem a sua cooperação com a Geórgia em razão da sua política "agressiva".
Tbilisi e Moscou mantêm relações tensas desde 2003, quando Mikhail Saakashvili chegou ao poder e se transformou no principal aliado dos Estados Unidos no Cáucaso.
Na semana passada, na Assembléia Geral da ONU, o presidente georgiano acusou a Rússia de querer anexar as regiões separatistas da Abkhazia e Ossétia do Sul através da concessão "subterrânea" da nacionalidade russa à sua população.
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