Para chineses, game japonês erótico é "blasfemo"
A versão erótica japonesa se chama "Escravas do pavilhão vermelho" e conta a história de jovens que são vendidas para se transformar em escravas sexuais, disse o jornal South China Morning Post.
Internautas chineses exigiram que a empresa que criou o jogo, Takayashiki Development, retire o produto do mercado e peça desculpas à China.
"Transformar 'O sonho do pavilhão vermelho' num jogo lascivo é um roubo de um dos tesouros de nossa literatura e uma profanação da cultura chinesa", disse um dos chineses furiosos, num fórum do popular site Sohu.com.
A empresa adverte que se trata de um jogo só para adultos. O seu argumento apresenta poucas semelhanças com o romance, mas mesmo assim alguns acreditam que sua protagonista, uma menina que aparece seminua, chamada Lin Daiyu, é uma caricatura da heroína do livro.
Os grupos nacionalistas chineses sempre se mostram muito sensíveis a produtos japoneses vendidos na China. É constante a busca de defeitos de fabricação e interpretações pouco ortodoxas da história chinesa.
A atitude reflete a rivalidade entre chineses e japoneses, que existe há séculos e viveu seu pior momento quando o Japão invadiu a China, entre 1931 e 1945.
"O sonho do pavilhão vermelho", escrito por Cao Xueqin em meados do século XVIII, de forma autobiográfica, conta a ascensão e queda de uma família de nobres chineses. O livro é considerado uma das obras-primas da literatura oriental.
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