Indiana de 60 anos morre ao fim de jejum religioso
A tradição, que na prática equivale a uma eutanásia por inanição, é observada em casos extremos, quando o crente sente a necessidade de morrer de um modo pacífico e contemplativo, afastando-se pouco a pouco de tudo o que represente um laço com o mundo terreno.
Vimla Devi, que tinha sido diagnosticada com um câncer cerebral, anunciou sua escolha a seu marido e filhos. Eles só tentaram convencê-la a abandonar o jejum depois de comprovar que a deterioração na sua saúde estava se tornando irreversível.
Após um jejum que, segundo algumas testemunhas, durou 22 dias, Vimla morreu nesta quinta-feira. Seu corpo fragilizado foi exibido vestindo um colorido sari. Seus vizinhos desfilaram diante dela para oferecer suas últimas homenagens.
A Santhara, parte da tradição jainista, permite que um crente que decida morrer mostre a sua santidade através do desapego pelo mundo.
Mas a prática é rara e o caso de Vimla Devi reacendeu a polêmica sobre a legalidade de deixar alguém se matar por motivos religiosos.
A morte da mulher levou à abertura de uma investigação para verificar se algum de seus parentes ou as autoridades locais têm alguma responsabilidade criminal.
A religião jainista, com 4 milhões de seguidores na Índia, foi fundada no século VI. Ela prega a não violência, o jejum e a mortificação como formas de se aproximar da divinidade. Além disso, condena o assassinato de qualquer ser vivo, mesmo insetos e bactérias.
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