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Quinta - 28 de Setembro de 2006 às 18:30

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Se depender das figuras importantes do mundo da moda brasileiro, os desfiles no país não devem seguir os passos da Espanha e banir das passarelas as modelos consideradas magras demais.

Os fashionistas brasileiros defendem o livre-arbítrio e o bom senso na escolha das tops e new faces que atravessarão suas passarelas.

"Quando faço uma seleção, obviamente olho para o peso das meninas. O estilista tem que focar em seu público. É complicado vetar, porque você acaba descartando aquelas que são magras por natureza. Sou a favor do bom senso", disse a estilista da Colcci, Lila Colzani, que contou com a top Gisele Bundchen em seus dois últimos desfiles, em janeiro e junho, apresentados no Fashion Rio.

As discussões sobre qual seria o nível de magreza aceitável para as modelos vieram à tona quando pressões do governo regional de Madri fizeram com que meninas que apresentassem um índice de massa corporal (IMC)— obtido dividindo o peso pela altura ao quadrado —inferior a 18 fossem dispensadas da principal semana de moda espanhola.

A justificativa para a medida, adotada em seguida por Índia e Israel, é que adolescentes estão tentando copiar a aparência magérrima de algumas modelos e desenvolvendo, com isso, distúrbios alimentares.

"Madri fez isso para se projetar, entrar no circuito das principais semanas de moda", disse à Reuters Amir Slama, estilista da grife Rosa Chá.

"Para o estilista, a modelo não é referência de como as mulheres deveriam ser. Procuramos as que sejam magras, mas que tenham cara saudável", completou ele.

Mesmo alguns integrantes da área médica não receberam bem a novidade.

Para o pediatra Mauro Fisberg, coordenador do projeto Saúde Modelo, do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o índice foi escolhido de "forma arbitrária, não científica".

"Não aceitamos porque nossas modelos são muito jovens e, nesses casos, o padrão do IMC é totalmente diferente."

Fisberg defende a adoção de exames que comprovem que as meninas são saudáveis e têm condição de serem modelos.

O psiquiatra responsável pelo Ambulatório de Bulimia, Anorexia e outros Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas de São Paulo, Taki Cordas, no entanto, comemorou a medida. "Depois de muito tempo, é das coisas mais decentes que foram feitas sobre o assunto", disse. "As críticas são absolutamente superficiais, que continuam discutindo essa questão pelos aspectos estéticos e não médicos", retrucou.

Se a medida virar tendência e chegar às principais capitais do circuito fashion, como Paris, Nova York, Londres e Milão, algumas das mais requisitadas modelos teriam de ser descartadas.

"A Naomi Campbel está abaixo do IMC? Então o critério está errado. Queria estar esquelética e doente como ela", disse a consultora de moda e jornalista Glória Kalil.

"Entendo que seja uma preocupação, é interessante para não chegar a algo extremo. Mas se fosse assim, teria que ter uma medida para os gordos também", afirmou.





Fonte: reu

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