Audiência pública em Sorriso discute rota da prostituição em MT
Por estar localizado às margens da BR-163, Sorriso também integra a lista dos municípios atingidos por esse tipo de crime.
Para discutir ações que visam a eliminação do tráfico de pessoas na região, a Câmara Municipal de Sorriso e a Câmara do Estudante realizaram ontem (27), uma audiência pública sobre o assunto.
A audiência proposta pelo vereador Wanderley Paulo (PMDB), atualmente licenciado, e presidida pela vereadora Silveth Xavier (PFL), contou com a presença de autoridades, entidades, vereadores, educadores e alunos.
O evento abordou o Projeto Rotas, do Centro de Organização e Defesa da Criança e Adolescente.
O Rotas tem a finalidade de realizar discussões, seminários e publicar materiais por meio da articulação com parceiros governamentais e não governamentais. “Precisamos formar em Sorriso, essa rede de enfrentamento. Através dessa iniciativa, estaremos implementando ações preventivas junto às comunidades, por exemplo”, informa a coordenadora do programa, Dulce Regina.
De acordo com ela, o tráfico de seres humanos para prostituição é a rede que mais arrecada, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. “Essa prática rende lucros globais de mais de 31 milhões de dólares por ano”, completa.
Um mapeamento feito pelo projeto mostra que as cidades mais atingidas pelas redes criminosas são as que se localizam às margens de rodovias como as BR’s 163 e 364. “Estão na rota do tráfico, os municípios de Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Sorriso, Alta Floresta, Apiacás, entre outras”.
Segundo a coordenadora, “iludidas com falsas promessas, muitas adolescentes e jovens acabam em cárcere privado onde são submetidas a todo tipo de exploração”.
Na opinião de Tetê Arruda, do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, a denúncia ainda é a maior aliada no combate ao tráfico. "As pessoas precisam se conscientizar da importância desse gesto. Para denunciar esse crime, basta ligar para o número 100. E mais, não precisa se identificar “, ressalta.
Para a vereadora Silveth, a audiência alcançou seus objetivos. “Nossa intenção era ouvir a opinião da comunidade sobre o assunto. Discutimos a problemática da prostituição e enumeramos algumas ações que pretendemos desenvolver. Como houve uma participação muito grande de jovens, acreditamos que esse alerta chegará a muitas famílias, e em especial, às jovens e adolescentes”, finaliza.
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