Trabalhistas fecham congresso com chamada à transição "pacífica"
Em seu discurso, Prescott, um dos aliados mais firmes do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou que esta também será sua última reunião anual trabalhista como número dois tanto no Governo como no partido.
Blair teve que anunciar, em 7 de setembro passado, que deixaria o poder em um ano, após as disputas vividas entre seus partidários e os de seu influente ministro da Economia, Gordon Brown, favorito para suceder o líder britânico.
Na opinião de Prescott, vice-primeiro-ministro de Blair desde 1997, o debate sobre o sucessor do primeiro-ministro deve ser dirigido com as mesmas pautas de unidade que nas designações dos líderes trabalhistas anteriores, em 1992 e 1994.
"Pela minha experiência de quatro décadas, sei o dano que a desunião pode causar", advertiu.
"De todos e de cada um de nós depende fazer desta uma transição ordenada e pacífica", acrescentou Prescott, pedindo desculpas devido aos danos causados ao partido pelos escândalos nos quais esteve envolvido no último ano.
Prescott, que protagonizou uma grande polêmica após a revelação de suas relações adúlteras com uma secretária, está passando por uma investigação parlamentar por ter aceito a hospitalidade de um multimilionário dos EUA que quer montar em Londres um grande cassino.
O político, de 68 anos, elogiou Blair, a quem destacou como o primeiro-ministro trabalhista "mais bem-sucedido" da história, e ressaltou o "incansável trabalho" desenvolvido por Brown, mas não ofereceu a ele em nenhum momento seu apoio explícito.
Antes, o ministro britânico do Interior, John Reid, havia discursado aos delegados trabalhistas, e com isso aumentou as especulações sobre a possibilidade de que decida disputar com Brown a liderança trabalhista.
Embora Reid, de 59 anos, não tenha expressado explicitamente sua vontade de apresentar sua candidatura, deixou claro que estava preparado para tomar as decisões "difíceis" que os líderes têm que tomar, e pediu aos britânicos que não se deixem intimidar pelos "pistoleiros fundamentalistas islâmicos".
Até 1 milhão de pessoas podem participar da escolha do novo líder trabalhista, cujos votos são divididos em partes iguais entre os deputados, os aproximadamente 180.0000 militantes e os 800.000 filiados aos sindicatos.
Comentários