Calça de Carla tinha resíduo de enxofre e chumbo, diz Perícia
Peritos afirmam, entretanto, que o resultado não garante que Carla tenha disparado uma arma, já que chumbo e enxofre podem ter impregnado na roupa de outras formas. O chumbo é encontrado em substâncias usadas para tingimento e o enxofre, no sabão.
Outra conclusão dos peritos é de que a bota entregue pela advogada para análise nunca teria sido usada por ela. Um exame residuográfico também verificou que não existia pólvora nas mãos do coronel Ubiratan Guimarães. Isto mostra que a vítima não teria tentando desarmar a pessoa que a matou em seu próprio apartamento, no dia 9 de setembro.
Todos estes laudos serão entregues até o início da próxima semana para os delegados do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP).
A própria empregada de Carla teria dito em depoimento à polícia que encontrou uma peça de roupa da advogada manchada com sangue. "Isto não é verdade. Era mancha de tomate", disse Liliana Prinzivalli, mãe de Carla.
Peritos demonstraram insatisfação com o fato de a Polícia Civil ter indiciado Carla mesmo antes de todos os laudos terem sido entregues. Para um perito que não quis se identificar, tal iniciativa do DHPP acaba desqualificando o seu trabalho e também o dos demais colegas.
"Parece que todo trabalho que estamos fazendo não vale nada. Acho que foi um pouco prematuro. Mas não tenho dúvidas que Carla foi autora do crime", afirmou.
Indiciada
O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Domingos Paulo Neto, anunciou às 20h30 de quarta-feira o indiciamento de Carla Cepollina.
Vicente Cascione, advogado da família do policial reformado, acompanhou o interrogatório de Carla e revelou que ela estava tensa. "O interrogatório demonstra claramente que Carla está em um beco sem saída. Ela não tem respostas para perguntas fáceis e óbvias. No silêncio dela, ficou embutida a falta de saída."
Carla respondeu a cerca de 40 perguntas. Na maioria delas, a advogada ratificou o que disse nos outros três depoimentos prestados e no interrogatório de segunda-feira (25).
O promotor do caso, Luís Fernando Vaggione, informou que Carla voltou a negar o crime. Ele disse que algumas questões ela fez uso do direito do silêncio e se calou.
Vaggione afirmou que ainda irá analisar o Inquérito Policial (IP) antes de tomar uma decisão, porém, deve mesmo denunciá-la por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima), cuja pena, em caso de condenação, varia de 12 a 30 anos de prisão.
Comentários