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Economia
Quinta - 28 de Setembro de 2006 às 10:23

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O Banco Central reduziu nesta quinta-feira a estimativa para o crescimento da economia brasileira de 4,0 para 3,5 por cento em 2006. A revisão concentra-se nos setores de agropecuária e indústria, de acordo com o mais recente Relatório Trimestral de Inflação.

Conforme o documento, o BC diminuiu também as projeções para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Geral (IPCA) de 3,8 para 3,5 por cento este ano. A inflação projetada para 2007, contudo, foi ligeiramente elevada na comparação com a estimativa de junho, de 4,2 para 4,3 por cento.

A meta do governo para a inflação em 2006 e 2007 é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

"Para os próximos meses, não se vislumbram pressões generalizadas sobre preços, sejam de ordem inercial ou relacionadas à recuperação de margens, o que contribui para consolidar as expectativas de que a inflação continue evoluindo de acordo com a trajetória de metas fixada para 2006, 2007 e 2008", informou o BC.

"A percepção de maior estabilidade da taxa de câmbio continua fortalecendo o quadro de menor pressão inflacionária", acrescentou.

No caso do Produto Interno Bruto (PIB), a nova previsão do BC ainda é superior à do mercado. De acordo com o relatório Focus desta semana, que mostra os números de pesquisa do BC junto a instituições financeiras, a expectativa média é de que a economia cresça 3,09 por cento em 2006.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem insistido em taxa de 4 por cento este ano, mesmo após o fraco desempenho no segundo trimestre, quando o PIB avançou apenas 0,5 por cento.

Para a economista Débora Nogueira, da Rosenberg & Associados, a revisão do PIB era esperada, mas o BC continua atrasado. "Uma primeira leitura do Relatório de Inflação mostra que ainda há espaço para mais dois cortes de 0,5 ponto percentual cada na taxa Selic até o fim do ano."

O BC vem reduzindo desde setembro do ano passado a taxa básica Selic. De lá para cá, cortou os juros de 19,75 para 14,25 por cento ao ano.

AGRICULTURA E INDÚSTRIA

Segundo o BC, a revisão da projeção para o PIB levou em conta, principalmente, expansão menor da agropecuária e da indústria, com estimativas que passaram de 3,6 para 3 por cento no primeiro caso, e de 5,4 para 4 por cento no segundo.

"A taxa de crescimento prevista para o setor de serviços, que habitualmente se mostra mais estável, foi reduzida de 3 para 2,8 por cento, influenciada, por um lado, pelas reduções nas estimativas para os setores da agropecuária e da indústria, e por outro, pela evolução favorável da demanda doméstica", informou o relatório.

A estimativa para o desempenho do setor externo também foi revista, resultando em contribuição negativa de 0,8 ponto percentual para o crescimento do PIB em 2006, ante 0,5 ponto negativo na previsão anterior.

"Assim, a previsão para o aumento das exportações em 2006 passou de 7,5 para 5,8 por cento e a das importações, de 14,3 para 14,1 por cento", comunicou o BC.

Sobre a economia global, o BC acredita que o ritmo de crescimento "permanece robusto, mas já está refletindo, em intensidades distintas nas diversas regiões, as restrições associadas ao ciclo de aperto das respectivas políticas monetárias".

"No médio prazo, a evolução da economia mundial tende a ser condicionada, principalmente, pelo ritmo de desaceleração da economia norte-americana, para a qual o cenário mais provável ainda é o de arrefecimento gradual", avaliou o BC.

Para a autoridade monetária, os riscos mais importantes são a ocorrência de choques na oferta de petróleo ou a deterioração mais severa do mercado imobiliário nos EUA, cujos efeitos podem se estender às demais regiões.





Fonte: Terra

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