Bolívia quer obrigar petroleiras a investirem US$ 1,5 bilhão
"As negociações com as empresas vão desembocar em compromissos com o desenvolvimento de campos, com planos de investimento, para que nos próximos dois anos a Bolívia tenha gás suficiente para cobrir a demanda da Argentina e qualquer novo pedido", afirmou Villegas, segundo o diário El Deber. As declarações foram dadas dois dias depois da divulgação de um estudo da Câmara de Hidrocarbonetos da Bolívia alertando para os riscos da falta de investimentos da ampliação da capacidade de produção do país.
A Bolívia tem hoje contratos para exportar 41 milhões de metros cúbicos por dia, mas só pode entregar 34 milhões. Um novo contrato, de 27 milhões de metros cúbicos por dia, está em negociação com a Argentina e vai depender de novos projetos de produção.
Na terça-feira, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, reconheceu que a falta de investimentos pode prejudicar as entregas para o mercado brasileiro, uma vez que o ritmo da produção tende a entrar em declínio natural a partir do final da década. A estatal, porém, mantém a suspensão de novos investimentos enquanto não houver regras estáveis.
Empresas que já receberam os novos contratos não gostaram dos termos propostos, que retira dos concessionários os direitos sobre a comercialização da produção. Cada operador de campo receberá uma receita suficiente para cobrir custos de operação mais uma margem de lucro definida pelo governo. Segundo executivos do setor, os contratos falam em novos investimentos nos campos, mas não esclarece quem vai bancar os aportes.
O Ministério dos Hidrocarbonetos não informou qual será a parcela de cada empresa nos US$ 1,5 bilhão propostos, alegando que os termos ainda estão em negociação. A Petrobras controla os dois maiores campos de gás natural do País, San Alberto e San Antonio, responsáveis por cerca de 80% das exportações do combustível para o Brasil.
A Petrobras não quis comentar os resultados da reunião desta quarta com representantes do governo boliviano, alegando que o encontro não foi conclusivo. Na sexta-feira, a estatal brasileira e sua congênere boliviana YPFB se reúnem mais uma vez para discutir o preço do gás importado pelo Brasil. No dia 9 de outubro, está previsto um encontro entre o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e representantes do governo boliviano.
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