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Educação/Vestibular
Quarta - 27 de Setembro de 2006 às 18:21
Por: Rosane Brandão

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Como é construída a história da África no imaginário ocidental? Esta foi a principal questão abordada pelo professor doutor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Valdemir Zamparoni, em sua palestra “África e Brasil: Histórias de lá e de cá”, proferida nesta terça-feira (26.09), no Hotel Fazenda Mato Grosso. Esta conferência faz parte da programação do seminário “A inclusão da Lei 10.639/03: Ações para uma educação anti-racista e pluri-cultural”, evento organizado e desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

De acordo com Zamparoni, que é professor de História e atua como pesquisador em História da África, a idéia construída do Continente é sempre a de um país inferior, onde só há miséria, guerras e bichos. “A África é um continente com 53 países e que possui uma diversidade de povos e culturas. Existe a miséria em uma parte do continente sim, mas também existem lugares e culturas maravilhosos e isso precisa ser exposto para o resto do mundo”, ressaltou.

Segundo ele, os textos mostrados nos livros didáticos, passam a idéia de haver apenas três momentos da história: a época da colonização, escravidão e independência. “É preciso mostrar também a cultura e a economia, que são muito fortes”, disse.

As questões sociais que abalam os povos em alguns países africanos foi um dos pontos mencionados no discurso. Zamparoni relatou que a Aids está associada aos conflitos armados existentes há muitos anos no lugar. “A propagação da doença é muito grande, dos 70% infectados no mundo, 40% estão na África. Ela também está associada ao alto índice de promiscuidade masculina, onde a maioria não usa nenhum tipo de preservativo”, explicou.

O palestrante também destacou o tráfico de escravos e a exploração da mão de obra negra no Brasil, o qual contribuiu com a colonização. “O conceito de raça, as origens do processo de escravismo e a política do branqueamento e miscigenação foram influências fortes no processo histórico do Brasil”.

Ele citou ainda a teoria do mito racial, onde afirmava que a sociedade superou a escravidão e que havia uma democracia racial. Essa teoria foi desmontada com a criação da Escola de Sociologia da Universidade de São Paulo no século 19.

Seminário

O evento reúne em Cuiabá, desde segunda-feira (25.09), 250 profissionais da educação que atuam nas áreas de ciências humanas, sociais e linguagens. Esses profissionais estão sendo preparados para incluírem a diversidade étnico-racial nas escolas da rede Estadual de ensino. O seminário termina na sexta-feira (29.09).





Fonte: Da Assessoria

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