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Internacional
Quarta - 27 de Setembro de 2006 às 15:38

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O polêmico exorcista, cantor e arcebispo emérito de Lusaca na Zâmbia, Emmanuel Milingo disse hoje que não aceita a excomunhão determinada pelo Papa Bento XVI, e que "a devolve ao Vaticano para ser reconsiderada".

Em entrevista coletiva hoje no Templo Católico Imani, em Washington, o ex-arcebispo de Lusaca (Zâmbia) disse que a autoridade de um bispo provém de sua consagração.

"Fui consagrado bispo pelo Papa João Paulo II e consagrei como bispos quatro homens cuja consagração é válida e lícita", acrescentou.

Milingo e o fundador do templo, Robert Stallings, afirmaram que seu propósito é restaurar na Igreja Católica o sacerdócio com casamento, e afirmaram que o celibato causou grandes danos a essa instituição.

O polêmico arcebispo emérito fazia estas declarações em seu primeiro comparecimento público depois que o Vaticano anunciou, na terça-feira, sua excomunhão e a dos quatro sacerdotes casados que Milingo ordenou bispos no domingo passado.

Um deles, Peter Brennan, de Nova York, sustentou que há no mundo mais de 125 mil sacerdotes casados que a Igreja Católica rejeita, quando, ao mesmo tempo, enfrenta a falta de sacerdotes que poderia deixá-la sem pastores em 20 anos.

"O casamento é um sacramento e é uma vocação mais alta do que o celibato", acrescentou Brennan.

Este é lema defendido por Milingo, de 78 anos, e a organização que ele mesmo fundou em julho, sob o lema "Padres Casados Já!".

O caso de Milingo reacendeu o debate sobre o celibato na Igreja Católica e a situação dos cerca de 100 mil sacerdotes católicos que, segundo fontes religiosas, são casados.

Desse número, cerca de 20 mil vivem nos Estados Unidos, 10 mil na Itália e 6 mil na Espanha, segundo as associações de sacerdotes casados.

Há 400 mil sacerdotes católicos. Considerando isso, segundo os números dessas associações, 25% deles não respeitam a norma da Santa Sé.

Milingo ganhou fama pelos exorcismos, que atraíram vários fiéis a suas cerimônias. Também gravou discos e cantou em várias televisões de todo o mundo.

O nome do sacerdote voltou novamente às primeiras páginas dos jornais em maio de 2001, quando ele se casou em um hotel de Nova York com a médica coreana Maria Sung.

O casamento, celebrado pelo reverendo Moon, fundador da seita do mesmo nome, causou grande escândalo e colocou em apuros a Santa Sé, que ameaçou excomungar o sacerdote.

Vários meses depois, Milingo foi recebido por João Paulo II, o que permitiu o retorno do sacerdote ao quadro do Vaticano.





Fonte: EFE

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