Aquarelas atribuídas a Hitler superam expectativas em leilão
O valor foi o mais alto entre os 21 desenhos e aquarelas atribuídos a Hitler que foram a leilão na cidadezinha de Lostwithiel, no sudoeste da Inglaterra.
O leilão foi interrompido brevemente pelo Aaron Barschak, conhecido por encenar travessuras em locais públicos, que protestou ruidosamente contra o evento até ser retirado do recinto lotado por seguranças.
"Estão expulsando os judeus!", gritou.
O autodenomiado "terrorista de comédia" gerou um susto em 2003, quando driblou a segurança do castelo de Windsor e invadiu a festa do 21o. aniversário do príncipe William, filho do herdeiro do trono britânico Charles.
"Foi uma travessura de colegial", disse um porta-voz da casa de leilões Jefferys, falando da intervenção de Barschak.
O penetra foi uma breve distração para os compradores dos quadros, que pagaram pelos trabalhos valores bem superiores às estimativas iniciais.
Alguns comentaristas haviam criticado o leilão, questionando a autenticidade das obras e a conveniência de se vender pinturas em nome do homem que foi responsável pelo Holocausto.
O leilão rendeu ao todo 118 mil libras, mais do dobro da estimativa inicial, situada entre 40 e 50 mil libras.
EMPRESÁRIO RUSSO
O preço mais alto foi pago por um empresário russo anônimo, que adquiriu uma aquarela sobre papel intitulada "A igreja de Preux-au-Bois", assinada "A. Hitler".
As aquarelas e os desenhos teriam sido feitas quando Hitler serviu no exército alemão durante a 1a. Guerra Mundial, e depois teriam passado mais de 60 anos escondidas. Se forem genuínas, o leilão terá sido o maior de obras de arte de Hitler em muitos anos.
Mas alguns especialistas em arte criticaram o leilão.
Jonathan Jones escreveu no jornal The Guardian: "Vários jornais, incluindo este, divulgaram o leilão, reproduzindo as supostas obras de Hitler sem muito ceticismo. Ao fazê-lo, ajudamos a perpetuar um mercado patético e horrível de suvenires do Terceiro Reich".
Não é a primeira vez que a autenticidade de obras de Hitler se torna alvo de disputas. Em 1983, o historiador britânico Hugh Trevor-Roper foi ludibriado por diários supostamente escritos por Hitler que viraram sensação, até ser revelado que eram falsificações.
As pinturas de cenas rurais na região de fronteira entre a Bélgica e a França foram oferecidas à Jefferys depois de a casa de leilões ter vendido uma aquarela de autoria de Hitler por 5.200 libras (9.790 dólares) em novembro de 2005.
Uma senhora idosa na Bélgica, que quer se manter anônima, contatou a empresa e ofereceu 21 trabalhos encontrados na década de 1980 no sótão de uma casa perto de Huys.
Duas refugiadas francesas aparentemente deixaram uma caixa fechada na casa em 1919, um ano após o fim da guerra. A caixa continha aquarelas que mostravam cenas da região de Le Quesnoy, na França, de onde é natural a senhora idosa que pôs as obras em leilão.
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