Polícia deve concluir indiciamento de Carla nesta quarta
Carla será acusada formalmente por homicídio duplamente qualificado: motivo fútil (ciúmes) e impossibilidade de defesa da vítima. O indiciamento é a peça formal em que uma pessoa é apontada como autora do crime. O passo seguinte será a produção do relatório final do inquérito policial e seu envio ao Ministério Público Estadual (MPE).
Com o relatório, o promotor do caso Luiz Fernando Vaggione decidirá se denuncia ou não Carla à Justiça. Caso o faça, e a Justiça aceite seus argumentos, Carla será processada criminalmente e poderá ir a júri popular. De acordo com Vaggione, Carla não deverá ter a prisão decretada por não ter se recusado a colaborar com as investigações.
Caso 100% esclarecido Para a polícia, não há mais dúvidas de que Carla matou Ubiratan. Nesta terça-feira, 26, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho do DHPP afirmou que o caso está 100% esclarecido. "Tenho convicção absoluta de que foi Carla Cepollina a autora do crime”. Para ele, não há vestígios de que outra pessoa tenha estado no apartamento do coronel na noite do assassinato.
O delegado ressaltou, inclusive, que Carla será indiciada (acusada formalmente) pelo crime independentemente do resultado dos exames do Instituto Criminalístico (IC) nas roupas e nas armas apreendidas nas buscas feitas em seu apartamento na noite de segunda-feira. Mesmo que dêem negativo, isso não vai alterar a convicção dos responsáveis pelo inquérito de que Carla matou Ubiratan.
“Queremos só robustecer a prova, mas o DHPP já está absolutamente seguro. Temos um conjunto probatório muito coeso. Nada de novo que possa vir do IC poderá alterar a convicção absoluta de ser Carla Cepollina a autora do homicídio”, disse Costa Filho.
Diligência A conclusão do indiciamento não aconteceu na segunda porque o interrogatório de Carla foi interrompido para a uma diligência (busca de provas) no apartamento onde a advogada vive com sua mãe, a também advogada Liliana Prinzivalli por decisão do delegado Marco Antônio Olivatto. Nessa diligência, os investigadores estavam atrás de novas evidências que comprovassem as provas já reunidas contra Carla. Sob a alegação do DHPP de que houve uma demora além da prevista na busca das provas, Carla não voltou a prestar depoimento nesta terça-feira, 26.
Durante a diligência, foram encontradas três armas - um revólver Taurus calibre 38, uma espingarda Carabina calibre 32 e uma pistola Beretta 7,65mm - e 44 munições. Liliana chegou a ser presa em flagrante por posse irregular de arma, mas foi liberada em seguida após pagamento de fiança no valor de R$ 800.
Um outro revólver 38, legal de Liliana, foi apreendido, segundo a polícia, apenas para a realização de exame de confronto balístico. A polícia acha improvável que alguma dessas armas tenha sido utilizada no crime, mas submeterá os dois revólveres 38 ao exame balístico para descartar essa hipótese.
Com a ajuda de um canhão especial que aplica luz sobre tecidos ou superfícies e pode revelar vestígios de sangue e pólvora, algumas roupas da advogada que pareciam apresentar essas características foram recolhidas para análise.
Prova contra Carla A principal prova contra Carla é o horário do crime. Por meio de laudos, testemunhos e provas materiais, a polícia chegou à conclusão de que Ubiratan foi morto entre 19 horas e 19h30 do dia 9, um sábado. Por meio da análise das ligações atendidas por Carla no apartamento do coronel, nos Jardins, zona sul, a polícia tem como provar que ela estava no imóvel até as 20h26.
Quem desmontou o álibi de Carla foi a própria acusada. A advogada ao dizer que Ubiratan estava vivo quando ela deixou o prédio naquela noite. Admitiu que havia atendido a dois telefonemas que a delegada federal Renata Madi havia feito naquela noite para a vítima.
O primeiro telefonema, para o celular de Ubiratan, aconteceu às 19h03. O segundo, para o telefone fixo do coronel, ocorreu às 20h26, quando, para a polícia, a vítima já estava morta. Desta segunda vez, Carla disse que o coronel estava dormindo e por isso não podia chamá-lo. Além disso, um laudo da perícia mostrou que Ubiratan tinha comida no estômago. Como a digestão demora no máximo seis horas e a última refeição do coronel havia ocorrido às 14h30, ele já estava morto às 20h30.
Carla nega o crime e afirma que não há provas contra ela. O advogado Antônio Carlos Carvalho Pinto, que assumiu às 23 horas de domingo a defesa de Carla, afirmou que não viu até agora nenhuma prova contundente contra sua cliente.
Comentários