Junta Militar tailandesa continua busca por premier interino
Após tomar o poder, o líder golpista e chefe do Exército, general Sonthi Boonyaratglin, anunciou que uma das intenções da Junta Militar era designar, em menos de duas semanas, um primeiro-ministro interino para dirigir o Governo provisório.
No entanto, o general Boonyaratglin disse posteriormente que a gestão do futuro Governo provisório será supervisionada por um conselho de segurança que estará integrado pelos mesmos chefes militares que deram o golpe de Estado contra Shinawatra.
Os jornais tailandeses, que tentam prever quem será o próximo primeiro-ministro, destacam que a Junta Militar ofereceu o cargo ao ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) Supachai Panitchpakdi e ao ex-chefe das Forças Armadas general Surayudh Chulanont.
Panitchpakdi dirige, atualmente, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Comércio (Unctad), enquanto o general reformado Chulanont, considerado um militar profissional, é membro do conselho privado do rei Bhumibol Adulyadej.
No momento do golpe de Estado, um setor dos militares apoiava o ex-primeiro-ministro Shinawatra, que estava no Reino Unido.
Em seus mais de cinco anos no poder, Shinawatra colocou nos cargos mais importantes das Forças Armadas e da Polícia chefes militares de sua família e pessoas vinculadas ao partido governista Thai Rak Thai.
"Entramos em contato com todos os candidatos que estão em nossa pequena lista, mas não divulgaremos quantos são, nem seus nomes", disse o general Boonyaratglin.
Segundo a imprensa local, o governador do Banco Nacional da Tailândia, Pridiyathorn Devakula, também está na lista.
O porta-voz da Junta Militar, general Taweep Netniyorn, disse que a Constituição que estará vigente durante o período de transição será apresentada ao monarca no sábado.
Netniyorn afirmou também que "provavelmente" o nome do primeiro-ministro interino será anunciado oficialmente no domingo.
Enquanto continua a busca por um primeiro-ministro interino, a Junta Militar já nomeou vinte conselheiros, que devem assessorar o novo Governo e o conselho de segurança em assuntos relacionados à política internacional, à educação e à saúde.
A cúpula militar declarou que seus principais motivos para dar o golpe de Estado eram a corrupção, o abuso de poder e as divisões sociais causadas pelo Governo de Shinawatra.
Após o golpe de 19 de setembro, os militares decretaram a lei marcial, proibiram todas as atividades políticas - incluídas as dos partidos legalmente constituídos -, anularam a Carta Magna e impuseram uma dura censura aos meios de comunicação.
Enquanto isso, a Junta Militar, que, quando tomou o poder, havia se intitulado como Conselho para a Reforma Democrática sob a Monarquia Constitucional, confirmou nesta quarta-feira a retirada da referência à monarquia de seu nome. Agora, chama-se Conselho para a Reforma Democrática.
Segundo fontes militares, quatro escolas situadas na região oeste da Tailândia, onde o primeiro-ministro Shinawatra contava com um forte apoio, foram incendiadas nesta quarta-feira em uma aparente resposta ao golpe de Estado. Os incêndios ocorreram na província de Kamphaengphet, a noroeste de Bangcoc.
Na maior parte das províncias do norte o controle de segurança das estradas é feito por soldados.
Segundo o porta-voz do comando regional, coronel Banyong Sirasunthorn, o general Jirajej Khacharat, chefe deste comando, foi à região para investigar os fatos e determinar se os incêndios foram provocados por integrantes do partido Thai Rak Thai.
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