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Quedas são 6ª causa de morte entre idosos
Quedas dentro de casa são a 6ª causa de morte entre pessoas com mais de 75 anos. Se o óbito não ocorre na hora, em virtude de um traumatismo craniano, pode acontecer durante o tratamento, pois o fato do idoso ficar acamado muito tempo pode provocar problemas como infecção urinária, trombose e pneumonia. Hoje, data em que se comemora o Dia Nacional do Idoso, está sendo lançada em todo o país a Campanha Nacional de Prevenção a Quedas de Idosos, com o objetivo de alertar e prevenir a sociedade em relação ao problema.
O clínico geral Joaquim Oliveira Pinto Neto explica que a maioria dos tombos ocorre dentro de casa, devido a fragilidade física do idoso, que tem visão debilitada, pouca agilidade de reação quando percebe o perigo, déficit de equilíbrio - que pode ser ligado a labirintite, problema que atinge grande parte das pessoas com idade mais avançada. O excesso de medicamentos pelos idosos também pode provocar o desequilíbrio, que leva a queda.
No Brasil existem 15 milhões de idosos, o que representa 9% da população. Estimativas apontam que 30% dos idosos caem pelo menos uma vez por ano. Em acidentes mais graves, as vítimas sofrem fraturas e traumatismo craniano. O principal osso atingido em quedas é o fêmur e a cabeça do fêmur, responsáveis pela sustentação das pernas. A osteoporose comum nessa faixa etária deixa os ossos mais frágeis e susceptíveis a ruptura. Oliveira Neto destaca que não é o tombo que mata, mas sim as complicações que vêm com ele, que podem levar à morte.
Em casos menos graves, a vítima pode carregar pelo resto da vida sequelas, como dificuldade em andar, como ocorreu com a dona-de-casa Julita Corrêa da Costa, 87, que há 7 anos caiu e quebrou as duas pernas. Ela recorda que estava na área de casa quando houve a queda e ela fraturou os dois fêmures. Desde então, dona Julita nunca mais conseguiu se locomover sem o auxílio do andador ou bengala.
"Eu sempre adorei fazer serviço de casa e cozinhar, mas hoje não posso fazer muitas coisas. Mesmo assim procuro lavar uma louça, deixar as coisas no lugar, porque não gosto de ver nada bagunçado", comenta Julita, que adora receber visitas e conversar sobre a vida. Ela destaca que tem três filhos maravilhosos e seis netos que lhe dão muita atenção e carinho.
Os locais mais comuns de quedas são o trajeto do quarto ao banheiro e dentro do banheiro, que normalmente tem o piso mais úmido. Medidas simples podem ser tomadas pelos familiares de idosos para evitar os acidentes domésticos. O médico explica que é importante deixar uma lâmpada ao lado da cama do idoso para que ele possa acender quando sentir vontade de se locomover. Barras de segurança e piso antiderrapante no banheiro também são recomendados.
Em casas de mais de um andar, é aconselhável que a pessoa com mais idade use um quarto no térreo como forma de evitar acidentes nos degraus.
Violência - A presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Ana Maria do Carmo Caporossi, 71, conhecida como professora Anita, destaca que, além das quedas domésticas, a morte de idosos por atropelamento também apresenta números preocupantes. O censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta Cuiabá como a terceira cidade do país onde mais idosos morrem vítimas de atropelamento.
Para Anita, isso demonstra a falta de respeito e paciência com esse público. Outras atitudes da sociedade também escancaram a falta de conscientização social em relação ao idoso. "Quando nós entramos num ônibus sentimos o descaso de alguns motoristas. Muitos passageiros viram a cara para não dar o lugar para sentarmos. Sem contar as inúmeras brincadeiras de mau gosto e piadinhas que sempre escutamos a nosso respeito".
Anita acredita que para mudar o quadro de violência, que também ocorre dentro de casa, é preciso que haja uma política que atenda efetivamente o idoso. "Por enquanto só contamos com medidas paliativas".
"A sociedade tem que aprender a conviver com a senioridade o quanto antes, pois a população está envelhecendo. No ano de 2020, o Brasil será o sexto país com maior números de pessoas idosas. As escolas precisam ensinar as crianças a respeitar os idosos".
Abandono - De maneira sutil, cada vez mais famílias violentam o psicológico de seus "velhos". Esquecidos pelos parentes, cada dia mais cresce o número de idosos deixados em abrigos. Com 65 anos de fundação, o Abrigo Bom Jesus atende 180 seniores. Destes, 80 vivem acamados.
Responsável por eventos e marketing da instituição, Ana Maria Bezerra Macedo, explica que o capitalismo tem levado as pessoas a pensarem em apenas uma etapa da vida: a juventude. "Essa busca em se enquadrar no ideal cobrado pela sociedade tem feito com que tanto crianças quanto idosos fiquem esquecidos. Essas características são típicas de países subdesenvolvido como o Brasil".
Muitos moradores do Abrigo não sentem vontade de ir embora porque são maltratados em casa. Outros sentem muita saudade da família e "sonham" com o dia em que voltarão a conviver com seus entes. Ana Maria destaca que a família deve ter consciência que os idosos sentem muita falta de carinho, por melhor que seja o atendimento no Abrigo.
Além do abandono enfrentado pela família, Ana Maria queixa-se da falta de participação do governo do Estado de Mato Grosso em ajudar a instituição. Ela afirma que na prestação de contas do Abrigo não houve nenhum recurso vindo do Estado. "O governo tem que participar efetivamente das ações. Cuiabá não tem lar municipal e nós atendemos pessoas de todas as partes do Estado".
A secretária adjunta de Assistência Social, Marcia Gebara, da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), ressalta que desde 2005 os trabalhos da pasta são executados de forma descentralizada. Dessa maneira, o governo assina convênios com as prefeituras que repassam os valores as instituições. Todo recurso proveniente do co-financiamento é destinado às ações específicas para idosos e deficientes mentais.
Além disso, Márcia frisa que o Abrigo Bom Jesus é beneficiado em todas as grandes campanhas desenvolvidas pelo governo estadual. "Desde 2003, o abrigo é atendido pelo Rotary, que atua como uma forma de representante do Estado, para não dar uma conotação política as campanhas. Para se ter uma idéia, o abrigo recebeu uma média de 186 cestas básicas na campanha de Natal de 2004 e 2005. Isso representa algo em torno de 2.418 quilos de alimentos".
O clínico geral Joaquim Oliveira Pinto Neto explica que a maioria dos tombos ocorre dentro de casa, devido a fragilidade física do idoso, que tem visão debilitada, pouca agilidade de reação quando percebe o perigo, déficit de equilíbrio - que pode ser ligado a labirintite, problema que atinge grande parte das pessoas com idade mais avançada. O excesso de medicamentos pelos idosos também pode provocar o desequilíbrio, que leva a queda.
No Brasil existem 15 milhões de idosos, o que representa 9% da população. Estimativas apontam que 30% dos idosos caem pelo menos uma vez por ano. Em acidentes mais graves, as vítimas sofrem fraturas e traumatismo craniano. O principal osso atingido em quedas é o fêmur e a cabeça do fêmur, responsáveis pela sustentação das pernas. A osteoporose comum nessa faixa etária deixa os ossos mais frágeis e susceptíveis a ruptura. Oliveira Neto destaca que não é o tombo que mata, mas sim as complicações que vêm com ele, que podem levar à morte.
Em casos menos graves, a vítima pode carregar pelo resto da vida sequelas, como dificuldade em andar, como ocorreu com a dona-de-casa Julita Corrêa da Costa, 87, que há 7 anos caiu e quebrou as duas pernas. Ela recorda que estava na área de casa quando houve a queda e ela fraturou os dois fêmures. Desde então, dona Julita nunca mais conseguiu se locomover sem o auxílio do andador ou bengala.
"Eu sempre adorei fazer serviço de casa e cozinhar, mas hoje não posso fazer muitas coisas. Mesmo assim procuro lavar uma louça, deixar as coisas no lugar, porque não gosto de ver nada bagunçado", comenta Julita, que adora receber visitas e conversar sobre a vida. Ela destaca que tem três filhos maravilhosos e seis netos que lhe dão muita atenção e carinho.
Os locais mais comuns de quedas são o trajeto do quarto ao banheiro e dentro do banheiro, que normalmente tem o piso mais úmido. Medidas simples podem ser tomadas pelos familiares de idosos para evitar os acidentes domésticos. O médico explica que é importante deixar uma lâmpada ao lado da cama do idoso para que ele possa acender quando sentir vontade de se locomover. Barras de segurança e piso antiderrapante no banheiro também são recomendados.
Em casas de mais de um andar, é aconselhável que a pessoa com mais idade use um quarto no térreo como forma de evitar acidentes nos degraus.
Violência - A presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Ana Maria do Carmo Caporossi, 71, conhecida como professora Anita, destaca que, além das quedas domésticas, a morte de idosos por atropelamento também apresenta números preocupantes. O censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta Cuiabá como a terceira cidade do país onde mais idosos morrem vítimas de atropelamento.
Para Anita, isso demonstra a falta de respeito e paciência com esse público. Outras atitudes da sociedade também escancaram a falta de conscientização social em relação ao idoso. "Quando nós entramos num ônibus sentimos o descaso de alguns motoristas. Muitos passageiros viram a cara para não dar o lugar para sentarmos. Sem contar as inúmeras brincadeiras de mau gosto e piadinhas que sempre escutamos a nosso respeito".
Anita acredita que para mudar o quadro de violência, que também ocorre dentro de casa, é preciso que haja uma política que atenda efetivamente o idoso. "Por enquanto só contamos com medidas paliativas".
"A sociedade tem que aprender a conviver com a senioridade o quanto antes, pois a população está envelhecendo. No ano de 2020, o Brasil será o sexto país com maior números de pessoas idosas. As escolas precisam ensinar as crianças a respeitar os idosos".
Abandono - De maneira sutil, cada vez mais famílias violentam o psicológico de seus "velhos". Esquecidos pelos parentes, cada dia mais cresce o número de idosos deixados em abrigos. Com 65 anos de fundação, o Abrigo Bom Jesus atende 180 seniores. Destes, 80 vivem acamados.
Responsável por eventos e marketing da instituição, Ana Maria Bezerra Macedo, explica que o capitalismo tem levado as pessoas a pensarem em apenas uma etapa da vida: a juventude. "Essa busca em se enquadrar no ideal cobrado pela sociedade tem feito com que tanto crianças quanto idosos fiquem esquecidos. Essas características são típicas de países subdesenvolvido como o Brasil".
Muitos moradores do Abrigo não sentem vontade de ir embora porque são maltratados em casa. Outros sentem muita saudade da família e "sonham" com o dia em que voltarão a conviver com seus entes. Ana Maria destaca que a família deve ter consciência que os idosos sentem muita falta de carinho, por melhor que seja o atendimento no Abrigo.
Além do abandono enfrentado pela família, Ana Maria queixa-se da falta de participação do governo do Estado de Mato Grosso em ajudar a instituição. Ela afirma que na prestação de contas do Abrigo não houve nenhum recurso vindo do Estado. "O governo tem que participar efetivamente das ações. Cuiabá não tem lar municipal e nós atendemos pessoas de todas as partes do Estado".
A secretária adjunta de Assistência Social, Marcia Gebara, da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), ressalta que desde 2005 os trabalhos da pasta são executados de forma descentralizada. Dessa maneira, o governo assina convênios com as prefeituras que repassam os valores as instituições. Todo recurso proveniente do co-financiamento é destinado às ações específicas para idosos e deficientes mentais.
Além disso, Márcia frisa que o Abrigo Bom Jesus é beneficiado em todas as grandes campanhas desenvolvidas pelo governo estadual. "Desde 2003, o abrigo é atendido pelo Rotary, que atua como uma forma de representante do Estado, para não dar uma conotação política as campanhas. Para se ter uma idéia, o abrigo recebeu uma média de 186 cestas básicas na campanha de Natal de 2004 e 2005. Isso representa algo em torno de 2.418 quilos de alimentos".
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/273229/visualizar/
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