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Nacional
Quarta - 27 de Setembro de 2006 às 03:23
Por: Mair Pena Neto

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Com a presença pela primeira vez em um debate na televisão do candidato do PMDB Sérgio Cabral, que lidera as pesquisas de intenção de voto no Rio de Janeiro, seus principais adversários buscaram associar sua imagem ao casal Garotinho, que governou o Estado nos últimos anos, na tentativa de apresentá-lo como governo de continuidade do que classificaram unanimamente de desastre administrativo. Sérgio Cabral, porém, mostrou-se preparado, não perdeu a calma e em certos momentos até inverteu situações vantajosas no debate eleitoral da TV Globo, que terminou na madrugada desta quarta-feira.

Cabral ateve-se às suas propostas de governo, fugiu de provocações e chegou a ser duro com a candidata do PPS, Denise Frossard, que afirmou que ele teria votado contra a exigência de terceiro grau para o ingresso na Polícia Civil, acatando determinação de Garotinho.

"Pare de tentar me vincular a A, B ou C", rebateu Cabral. "Seu ex-assessor foi preso por tráfico de drogas, condenado pela Justiça a 11 anos de cadeia e não estou aqui fazendo ligação dele à senhora", atacou, mostrando que tinha munição para o debate.

Denise Frossard, que assumiu o segundo lugar na última pesquisa, mas pela margem de erro ainda empatada tecnicamente com Marcelo Crivella, do PRB, acabou atacada em várias frentes, já que o próprio Crivella e Eduardo Paes, do PSDB, uniram-se para condená-la por seu parecer contrário à lei que transformava em crime o preconceito contra o deficiente físico.

Paes também cobrou de Frossard sua atuação em Brasília em relação à segurança pública e à violência. Diante da resposta da deputada e juíza, de que fez discursos, proposições e relatórios, foi irônico:

"Sabemos que a senhora é grande parecerista, vide a lei do deficiente físico. O único projeto apresentado pela senhora quanto à segurança e a violência foi aumentando penas combinadas a crimes contra a fauna."

Denise Frossard, que ganhou um direito de réplica por estes ataques, reconheceu ter usado as palavras erradas no seu parecer sobre os deficientes, disse ter pedido desculpas e, no final, apontou o que chamou de desespero de seus adversários pelo fato de ter subido nas pesquisas.

Vladimir Palmeira, do PT, fez o papel de franco-atirador e procurou fazer uma distinção ideológica de sua candidatura. "Minha política atenderá dois critérios: distribuição de renda e atendimento dos setores pobres e oprimidos, que encarnam uma proposta de esquerda", afirmou, buscando colar sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que tem as referências do governo federal de política para os pobres.

Crivella também tentou pegar carona na popularidade de Lula, lembrando que tem o apoio do presidente para tirar o Rio de Janeiro da crise, enquanto Paes disse que suas referências são a candidatura de Geraldo Alckmin e os governos tucanos de Aécio Neves, em Minas Gerais, "citado por todos aqui", e de José Serra, na cidade de São Paulo.

Denise Frossard invocou a condição de mulher para dizer que é preciso eliminar a distorção da superioridade masculina na política e afirmou que sua proposta "é de ruptura com esse governo que aí está".

Cabral, que encerrou o debate, contou sua carreira política e colocou como seu objetivo o genérico desenvolvimento do Estado.




Fonte: Reuters

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