Especialistas querem compartilhar amostras da gripe aviária
O apelo consta das recomendações da nova força-tarefa da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a gripe aviária, examinado por especialista a portas fechadas em Genebra.
A força-tarefa, de 21 membros, foi criada em maio para assessorar o diretor-geral da OMS sobre questões técnicas relativas ao vírus H5N1.
"Eles deram aval para propostas para as melhores práticas no compartilhamento de vírus da gripe, de espécimes e de sequências genéticas", disse David Heymann, representante especial interino da OMS para a gripe aviária, em entrevista coletiva.
Pelo sistema da OMS, amostras de vírus podem ser compartilhadas sem custo entre laboratórios, e qualquer vírus que seja candidato a gerar uma vacina é entregue gratuitamente às empresas.
Mas as autoridades dizem que alguns países em desenvolvimento, especialmente a China, relutam em liberar informações sobre casos do H5N1 em humanos e animais.
O vírus continua sendo propriedade dos países e, antes da divulgação de qualquer dado de sequenciamento genético, a OMS busca autorização específica do país para colocar tais dados em sites abertos.
Alguns países em desenvolvimento temem perder patentes lucrativas de medicamentos se os dados forem entregues a laboratórios de países desenvolvidos.
"Há um amplo acordo de que se trata de uma atividade de saúde pública absolutamente crítica para nos proteger a todos da gripe", disse Keiji Fukuda, coordenador do programa mundial de gripe da OMS, após a reunião.
A força-tarefa também vai assessorar a agência da ONU em questões como quando ampliar o nível de alerta contra uma eventual pandemia. Atualmente, o alerta está no terceiro de seis níveis. Fukuda disse que por enquanto não há nada que justifique elevar o nível.
A gripe aviária continua sendo basicamente uma doença animal, mas houve 249 casos confirmados entre humanos em dez países desde 2003, sendo que 146 dessas pessoas morreram, segundo a OMS.
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