Venda de adubos para cana-de-açúcar cresce 10%, aponta a Anda
Sozinha, a cana-de-açúcar responde hoje por cerca de 15% das vendas de adubos, que devem somar neste ano 19 milhões de toneladas. "Há seis anos, a cana consumia a metade dos volumes atuais."
Desde janeiro, a Bunge Brasil, por exemplo, passou a exportar açúcar com objetivo de ampliar a sinergia da logística do negócio sucroalcooleiro. Isto é, o braço de fertilizantes da companhia entrega adubos com base na relação de troca do açúcar, exportado pela Bunge Alimentos. Segundo o diretor corporativo de Marketing da Bunge Brasil, Adalgiso Telles, os volumes exportados de açúcar pela empresa ainda são pequenos. "Neste ano embarcamos até agora apenas dez navios."
Crise
Apesar do avanço da cana, a soja ainda é a cultura que responde pela maior fatia das vendas do setor de fertilizantes, que neste ano vão encolher por causa da crise que atinge a produção de grãos. Segundo Barbosa, o recuo nos volumes vendidos em relação ao ano passado será de 6,4%. Neste ano, serão entregues aos agricultores 19 milhões de toneladas, ante 20,3 milhões em 2005. Em 2004, as vendas atingiram o pico e somaram 23 milhões de toneladas.
Entre fertilizantes e defensivos, o endividamento do setor rural com as empresas totaliza R$ 6 bilhões, segundo estudo da Anda. Barbosa diz que as empresas estão renegociando com os agricultores caso a caso as dívidas pendentes.
Na avaliação do presidente da Bunge Fertilizantes, a situação é mais crítica para os produtores de grãos do Mato Grosso por causa dos elevados custos de logística. Nessa região, a área plantada vai encolher 15%. Barbosa ressalta que a queda no plantio e esperada recuperação dos preços dos grãos abrem caminho para que o agricultor obtenha algum resultado na safra 2006/2007. "Mas a recuperação deverá ocorrer a partir da safra 2007/2008", prevê.
Para ajustar-se à nova realidade do mercado, desde novembro do ano passado a Bunge Fertilizantes já fechou sete fábricas no País, o que representou a demissão de 400 funcionários.
Além da crise dos grãos,Barbosa aponta o peso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos custos de produção como outro problema. "Insumo importado não tem ICMS e nacional tem." Isso faz com que o País tenha a competitividade reduzida em relação à Argentina, por exemplo.Mesmo assim, a companhia pretende manter o ritmo de investimentos de US$ 400 milhões por ano. "Estamos pensando no longo prazo", diz Telles
Comentários