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Agronegócios
Segunda - 25 de Fevereiro de 2013 às 13:25
Por: Peter Murphy

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A forte demanda global pelas safras brasileiras de milho e soja faz com que as filas de navios para atracar nos portos de Santos e Paranaguá estejam duas a três vezes maiores do que há um ano, e para complicar a situação estivadores fizeram uma greve de seis horas na sexta-feira (22) e estão com outra programada para esta terça-feira (26). 

Havia na sexta-feira 59 navios esperando para carregar grãos no porto de Santos, contra 29 há um ano, segundo dados da empresa SA Commodities. Em Paranaguá, há 82 navios esperando -- eram 31 nesta época do ano passado. 

As longas filas, que são custosas para o setor privado, refletem a forte demanda depois da seca que no ano passado reduziu a produção de soja nos EUA e no Brasil -- os dois maiores produtores mundiais. 

Essas filas devem aumentar no auge da safra, no mês que vem. As greves de estivadores marcadas para sexta e terça-feira exacerbam aquela que já se prenuncia como uma das mais complicadas temporadas da história para a logística de grãos no Brasil. 

O Brasil prevê exportar neste ano uma safra recorde de soja e grandes safras de açúcar e milho, mas há um gargalo rodoviário e portuário. 

A administração de Paranaguá, mais importante porto graneleiro do Brasil, disse na quinta-feira que está "apreensiva" com as duas paralisações, por causa do intenso movimento de navios, embora cada greve dure apenas seis horas. 

Uma demora maior para embarque no Brasil está transferindo parte das compras de soja feitas pela China para os EUA. 

"Numa época em que o fluxo a granel é grande por causa da safra, paralisações como essa podem criar todos os tipos de problemas e prejuízos", disse Luiz Henrique Dividino, superintendente da autoridade portuária de Paranaguá. 

Os estivadores protestam contra futuras alterações nos regulamentos portuários que, segundo eles, levarão a reduções de emprego e pessoal, por acabar com a obrigatoriedade da contratação por intermédio de um Órgão Gestor da Mão de Obra (Ogmo). 

O governo diz que as regras são necessárias para melhorar a competitividade, já que seu objetivo é atrair investimentos de bilhões de dólares para ampliar a capacidade portuária e permitir o escoamento das exportações de matérias-primas. 

Os estivadores, ligados à Força Sindical, não descartam novas greves mais prolongadas para evitar a aprovação das medidas no Congresso. A de sexta-feira vai de 7h às 13h. 

Isis Markarian, representante da agência de navegação SA Commodities/Unimar, em Santos, disse que a greve não deve causar efeitos graves sobre as operações, já que o embarque de grãos é feito por meio de correias transmissoras e emprega pouco pessoal. 

Várias tradings de produtos com operações portuárias próprias também estão embarcando grãos em vez de açúcar, o que pode contribuir para aliviar o congestionamento, segundo Markarian.





Fonte: Reuters

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