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Ipea: 71% dos mais pobres brasileiros são negros
A segunda edição da pesquisa Retrato das Desigualdades, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), aponta que na parcela de 10% dos mais pobres da população brasileira (dentro do total de 30,2% de pobres), 71% são negros.
Entre os 10% mais ricos, os negros são 18%. E 1% deles tem 11,3% de negros. "Há um embranquecimento da população conforme se sobe na pirâmide social", avaliou Luana Pinheiro, coordenadora da pesquisa no Ipea.
O estudo divulgado hoje (25) também levantou diferenças no nível de escolaridade e no acesso a educação, saúde, previdência, trabalho, habitação e saneamento, para homens e mulheres, negros e brancos, da zona urbana e rural. E foi realizado com base nos dados coletados anualmente, de 1993 a 2004, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Muitos dados seguem a tendência apontada na primeira edição da pesquisa. O que chama realmente atenção é que, apesar de verificarmos melhoras para quase todos os grupos, as diferenças entre eles se mantêm", afirma Pinheiro.
De acordo com a pesquisa, o grupo que mais sofre discriminação racismo e sexismo é o de mulheres negras. Elas demoram mais para conseguir trabalho, têm menos escolaridade e menos acesso a cuidados para a saúde, trabalham mais tempo e têm a pior remuneração. A coordenadora avaliou que "a discriminação é resultado de um problema histórico, de estereotipar as pessoas conferindo a elas menor capacidade e menor inteligência. É o que acontece com este grupo".
O estudo mostra que em 1993, os brancos estudavam 2,1 anos a mais que os negros e que em 2004 a diferença caiu para 1,9 ano. Se não forem tomadas medidas específicas, afirmou a pesquisadora do Ipea, essa realidade tende a se perpetuar: "Grupos diferentes precisam ser tratados de maneiras diferentes. Ações afirmativas temporárias, como as cotas para negros em universidades públicas, podem alterar este quadro".
O acesso à saúde também é diferenciado, aponta a pesquisa. Enquanto 44,5% das mulheres negras nunca haviam realizado exame clínico de mamas em 2004, o total de brancas sem o exame era de 27%. E 20% da população negra nunca fizeram consultas odontológicas, contra 12% da população branca.
Em relação à exclusão digital, 92,4% da população negra não tinham acesso a um computador em 2004, contra 76,9% da população branca. O percentual de negros que não tinha acesso à internet era de 94,7% e o de brancos, de 82,2%.
Entre os 10% mais ricos, os negros são 18%. E 1% deles tem 11,3% de negros. "Há um embranquecimento da população conforme se sobe na pirâmide social", avaliou Luana Pinheiro, coordenadora da pesquisa no Ipea.
O estudo divulgado hoje (25) também levantou diferenças no nível de escolaridade e no acesso a educação, saúde, previdência, trabalho, habitação e saneamento, para homens e mulheres, negros e brancos, da zona urbana e rural. E foi realizado com base nos dados coletados anualmente, de 1993 a 2004, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Muitos dados seguem a tendência apontada na primeira edição da pesquisa. O que chama realmente atenção é que, apesar de verificarmos melhoras para quase todos os grupos, as diferenças entre eles se mantêm", afirma Pinheiro.
De acordo com a pesquisa, o grupo que mais sofre discriminação racismo e sexismo é o de mulheres negras. Elas demoram mais para conseguir trabalho, têm menos escolaridade e menos acesso a cuidados para a saúde, trabalham mais tempo e têm a pior remuneração. A coordenadora avaliou que "a discriminação é resultado de um problema histórico, de estereotipar as pessoas conferindo a elas menor capacidade e menor inteligência. É o que acontece com este grupo".
O estudo mostra que em 1993, os brancos estudavam 2,1 anos a mais que os negros e que em 2004 a diferença caiu para 1,9 ano. Se não forem tomadas medidas específicas, afirmou a pesquisadora do Ipea, essa realidade tende a se perpetuar: "Grupos diferentes precisam ser tratados de maneiras diferentes. Ações afirmativas temporárias, como as cotas para negros em universidades públicas, podem alterar este quadro".
O acesso à saúde também é diferenciado, aponta a pesquisa. Enquanto 44,5% das mulheres negras nunca haviam realizado exame clínico de mamas em 2004, o total de brancas sem o exame era de 27%. E 20% da população negra nunca fizeram consultas odontológicas, contra 12% da população branca.
Em relação à exclusão digital, 92,4% da população negra não tinham acesso a um computador em 2004, contra 76,9% da população branca. O percentual de negros que não tinha acesso à internet era de 94,7% e o de brancos, de 82,2%.
Fonte:
Agência Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/273477/visualizar/
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