Implementação da Língua Espanhola é discutida na Literamérica
A palestra ocorreu durante a Feira Sul-Americana do Livro – Literamérica 2006. A palestra foi ministrada pela a doutora da Universidade de São Paulo (USP), professora Isabel Gretel María Eires Fernandéz, que falou sobre a Lei Federal número 11.161, sancionada em agosto de 2005. A Lei obriga as escolas a ofertar aos alunos de Ensino Médio a Língua Espanhola até 2010.
Estiveram presentes à palestra, o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, a secretária-adjunta de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Marta Maria Pontin Darsie, professores da Língua de vários Estados brasileiros, adidos culturais da Embaixada da Espanha e representantes de segmentos ligados a Língua Espanhola.
Durante sua explanação, Gretel alertou que o caráter de urgência que determina a Lei pode ser perigoso. “Não podemos, por conta desse curto espaço de tempo, fazer tudo às pressas. É preciso pensar numa oferta de qualidade na implementação do espanhol nos currículos escolares”.
A secretária-adjunta da Seduc, Marta Darsie, lembrou que a parceria de Mato Grosso com a Embaixada da Espanha tem sido muito importante. “Queremos abrir as fronteiras e para isso temos que aprender a Língua Espanhola”. Ela ainda disse que a apropriação da Língua Espanhola para o crescimento do Estado, quer seja econômico, social e cultural é imprescindível.
“O sentido da formação humana mostra que temos que preparar o aluno para o mercado de trabalho. Isso quer dizer prepará-los para as ‘línguas’ já que somos um Estado de fronteira, sonhando com uma América Latina unida, para nos fortalecer em todos os sentidos, em todas as ordens”, declarou Marta.
De acordo com a presidente da Ample de Cuiabá, Sueli Catarino, esse é um momento de reflexão entre os vários segmentos da área. “Um espaço como a Literamérica, que respira saber, conhecimento e cultura, na integração dos países, torna propícia a discussão para as novas matrizes curriculares para a Língua Espanhola”.
A palestrante Gretel falou também dos aspectos políticos da Lei 11.161 que tem o ensejo de estabelecer novas relações com países ‘hispanohablantes’, além do tratamento no hegemônico das variedades do espanhol no processo pedagógico e a ruptura dos estereótipos na relação da Língua Espanhola com os povos que falam e sua cultura.
Também há os aspectos pedagógicos que tem o papel de ensinar a Língua em escolas regulares com predomínio da função educativa, assim como a inclusão social e étnica, formação do cidadão, no respeito à diversidade e heterogeneidade.
Gretel disse que essas novas orientações não têm caráter prescritivo, e sim indicativo e regulador, sinalizando os rumos para o ensinamento do espanhol, que devem ser revisados periodicamente. “Eles pretendem reflexionar e aproveitar os resultados, além da interação com outras disciplinas”, explicou.
Também participaram da palestra, o conselheiro da Embaixada Espanhola de Brasília, Jésus Martín Cordero, o assessor lingüístico da Embaixada Espanha de Cuiabá, Juan de Oliveira Fernandez, e mais 11 representantes da Embaixada da Espanha de todo Brasil.
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