Padronização de carcaças bovinas benificiará pecuaristas em MT
Um dos associados da APR/MT, Mauro Andrade, que tem família tradicional da pecuária mato-grossense, na região de Indiavaí, percebe a variação da porcentagem do peso do animal vivo em relação à carcaça no momento da venda em diferentes frigoríficos. “Eu trabalho com boi de corte, desde que me conheço por gente, sei que é conveniente uma especificação melhor da carcaça para que não haja perda de peso na hora da venda”, disse Andrade.
“O rendimento da carcaça está muito abaixo do que esperamos”, disse Mário Cândia, associado da APR/MT que tem fazenda na região de Alta Floresta e Poconé há 20 anos. Um exemplo, é um animal vivo dea 30 arrobas que depois da toalete deveria perder 46% do peso, está perdendo até 48%. De 460 quilos do animal no pasto, o pecuarista vai receber 240 na mo momento do abate.“A gente perde até 3% do peso na hora da venda”, completou Cândia.
A padronização de carcaças é uma ‘luta’ antiga do pecuarista. A Lei vigente sobre o assunto foi instituída em 1952. Como não houve até então iniciativa do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para resolver o assunto, a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNAP) montou uma comissão neste ano, formada por técnicos de três estados (Paraná, Mato Grosso e São Paulo), para estudar o assunto. “Nós pretendemos até o segundo semestre do próximo ano, apresentar uma proposta para o MAPA”, disse Luiz Carlos Meister, o técnico que representa Mato Grosso na Comissão.
A carcaça é o resultado do bovino abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, desprovido de cabeça, de patas, de rabada, de glândula mamária (no caso das fêmeas), de verga (exceto suas raízes) e de testículos (no caso dos machos). Para finalizar, ainda são retirados os rins, a gordura perirrenal e inguinal, medula espinha, diagragma e seus pilares e ainda é feita a ‘ferida de sangria’, ou seja, a retirada do sangue do animal pelo coração, pelo peito do animail. E principalmente na ‘ferida de sangria’ é a qual se perde mais peso do animal, porque alguns frigoríficos tiram mais e outros menos. “Estou fazendo uma revisão bibliográfica sobre o assunto. Tenho buscado modelos no gado de corte australiano, argentino, uruguaio e americano. Pois são países fortes na pecuária”, finalizou Meister.
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