Lorenzetti teria pago dívidas de Lurian Cordeiro
Bond diz não ter testemunhado "o melhor da história", segundo ele, "o processo de extinção da Rede 13". Deixou a ONG em julho, quando percebeu que a organização não iria prosperar. Mas alertou para três pontos que teriam ficado obscuros: "tem que saber onde foi parar a conta bancária da Rede 13, pois até hoje não se sabe; quem irrigava aquelas contas; quanto entrou e como ficou resolvida a questão das dívidas da Lurian", alertou.
Conforme publicou ontem o JB, um dos cabeças da operação envolvendo a compra de dossiês contra tucanos, Lorenzetti atuou, a pedido de Lula, como uma espécie de tutor de Lurian. Segundo investigação da CPI dos Bingos, até então guardada a sete chaves, Lorenzetti foi encarregado de equacionar dívidas da filha de Lula - de cabeleireiros, casas de festas, lojas de roupas a condomínios - momentos antes da extinção da ONG gerenciada por ela no segundo semestre de 2003.
O ex-consultor diz não saber ao certo o valor das dívidas, mas acredita que giravam em torno de R$ 70 mil. "Lurian tinha deixado coisa pendurada em Blumenau, aí começaram a surgir os penduras em Florianópolis e o Lorenzetti foi chamado pelo Planalto para resolver a questão das dívidas", contou.
Segundo investigação da CPI dos Bingos, a solução para os problemas financeiros de Lurian passou pelo PMDB de Santa Catarina, a quem Lorenzetti teria recorrido. De acordo com reportagem publicada ontem, documentos obtidos pelo JB mostram que, em 10 de novembro de 2003, Lurian foi empregada, a pedido de Lorenzetti, na Foco Projeto Análise de Mercado LTDA, empresa ligada a Wilfredo Gomes, marqueteiro do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique.
Na ocasião, a One WG, empresa do publicitário, ganhou uma concorrência para explorar a publicidade do Banco Estadual de Santa Catarina (Besc). No banco, a responsabilidade pelas licitações era de Lorenzetti.
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