Sonaecom diz que pode desistir de compra da Portugal Telecom

A Sonaecom pode retirar sua oferta de aquisição da rival de maior porte Portugal Telecom por 11,1 bilhões de euros por causa das duras restrições que podem ser impostas ao acordo pelas autoridades de defesa da concorrência do país, informou a empresa na segunda-feira.

Um porta-voz da Sonaecom informou que nenhuma decisão definitiva foi tomada e a companhia vai esperar até que as condições para aceitação do negócio sejam divulgadas pelas autoridades portuguesas.

"As condições são muito agressivas", disse o porta-voz. "Estamos considerando a possibilidade de não seguir adiante com a operação."

O representante não deu mais detalhes. A Sonaecom informou anteriormente que poderia reconsiderar a oferta se as condições impostas sobre a aquisição fossem muito difíceis.

Às 7h36 (horário de Brasília) as ações da Sonaecom operavam em alta de 0,56 por cento, enquanto os papéis da Portugal Telecom exibiam queda de 0,71 por cento. No mesmo horário, o indicador de blue chips de Lisboa registrava valorização de 0,04 por cento.

A agência de defesa da concorrência de Portugal pode decidir esta semana se aprova ou não o negócio. O órgão pode impor condições para a conclusão da operação, incluindo a venda de ativos, como a rede de telefonia fixa da Portugal Telecom.

A Sonaecom sustenta que a lógica da transação se baseia na capacidade de fundir sua unidade celular Optimus com a divisão móvel da Portugal Telecom, TMN. Uma fusão das duas operações pode resultar em uma empresa com controle sobre mais de 60 por cento do mercado português de telefonia celular.

A Portugal Telecom divide no Brasil com a Telefónica o controle da maior operadora de telefonia celular do país, Vivo.