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Internacional
Domingo - 24 de Setembro de 2006 às 18:53

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A Suíça, país neutro que abriga agências humanitárias e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, aprovou neste domingo com ampla maioria de votos condições mais duras de entrada para pessoas procurando asilo.

Apesar das advertências de que isso poderia prejudicar a reputação humanitária do país, cerca de 68 por cento dos eleitores disseram "sim" nos referendos sobre mudanças das regras de asilo na Suíça, que estarão agora entre as mais rígidas do Ocidente e que limitam o acesso de não-europeus em busca de emprego.

"Obviamente estamos decepcionados, mas sabíamos que seria difícil", disse Thomas Christen, secretário-geral do Partido Socialista Suíço, uma das poucas legendas contra as mudanças.

"A Suíça tem uma das leis de asilo mais duras na Europa e isso não ajuda a nossa reputação", disse ele à Reuters.

Os eleitores aceitaram os argumentos do ministro da Justiça de direita, Christoph Blocher, de que a nova regulamentação, que exige passaporte de todas as pessoas que procuram asilo, é necessária para combater abusos.

O ministério de Blocher anunciou em comunicado que as leis tiveram 68 por cento de apoio.

As medidas já haviam sido aprovadas pelo parlamento e pelo governo, mas oponentes reuniram assinaturas suficientes para forçar a realização do referendo nacional.

A mudança na Suíça é a mais recente realizada por uma potência industrial —a Grã-Bretanha está entre outras — para colocar barreiras ao asilo como parte da repressão à imigração ilegal.

ONU LAMENTA

A agência de refugiados das Nações Unidas (UNHCR), que manifestou preocupação sobre o endurecimento das leis de asilo, disse em comunicado que lamenta que a Suíça tenha apoiado novas leis "restritivas."

O porta-voz William Spindler disse que a agência vai manter a vigilância para que o tratamento a pessoas que procuram asilo continue seguindo as regras internacionais. A agência afirma que a exigência de passaporte pode evitar a chegada de refugiados verdadeiros.

A nova lei também vai negar ajuda financeira para quem não conseguir asilo e ameaça este grupo com períodos de detenção mais longos caso as pessoas se recusem a sair do país.

Os eleitores também votaram sobre uma divisão mais clara entre pessoas da União Européia, aliados da Suíça de fora da UE, mas que fazem parte da Associação Européia de Livre Comércio (EFTA) e pessoas fora desses dois grupos na busca de emprego no país. Estes últimos serão aceitos apenas se tiverem habilidades especiais.

As novas medidas foram propostas apesar da forte queda de pedidos de asilo no país de 7,5 milhões de pessoas, seguindo a tendência mundial.

Somente pouco mais de 10 mil pessoas procuraram asilo na Suíça em 2005, 29 por cento a menos em relação ao ano anterior e menos da metade dos 21.037 que pediram em 2003, segundo números oficiais.





Fonte: Reuters

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