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Internacional
Sábado - 23 de Setembro de 2006 às 23:48

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A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, encontrou-se com o ministro das Relações Exteriores da Líbia no sábado pela primeira vez desde que os Estados Unidos restauraram laços diplomáticos com o ex-inimigo em maio.

Rice posou para as câmeras brevemente e apertou a mão do ministro líbio Mohammed Abdel-Rahman Shalgam antes de iniciarem conversas paralelas durante a Assembléia Geral da ONU.

Questionada quando pretende visitar a Líbia, Rice sorriu e disse: "Nós informaremos nossos planos de viagem quando os tivermos." O ministro líbio, que também se encontrou com Rice durante o evento da ONU no ano passado, não fez comentários.

A Líbia, que é liderada pelo ex-antagonista do EUA Muammar Gaddafi, espera o anúncio de uma visita de Rice, que seria interpretado como um gesto simbólico do novo relacionamento entre os dois países.

A mais alta autoridade norte-americana a visitar a Líbia até agora foi a sub-secretária de Estado Paula Dobriansky, que liderou a visita de quatro dias de uma delegação norte-americana ao país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em julho.

Apesar das relações diplomáticas terem sido restauradas em maio, uma autoridade do Departamento de Estado disse ainda haver assuntos pendentes, indicando que uma visita não era esperada para breve.

"Esse processo (resolver assuntos) tem sido muito vagaroso, mas eu não acho que seja for falta de boa-vontade", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.

As relações entre a Líbia e os EUA mudaram após Tripoli decidir em dezembro de 2003 abandonar seu programa de armas.

Mas as duas nações ainda têm problemas para resolver, incluindo assuntos relacionados a direitos humanos e pagamentos a parentes de vítimas do atentado a bomba de 1998 no avião da Pan Am sobre Lockerbie, na Escócia, que matou 270 pessoas. O ataque foi assumido pela Líbia

Neste sábado, Rice cobrou Tripoli para resolver as questões pendentes sobre o atentado. Alguns parentes das vítimas afirmam que a Líbia não pagou a última série de compensações e estão indignados que os EUA tenham retomado relações diplomáticas com o país.

Além disso, os Estados Unidos gostariam de fechar o caso de seis médicos estrangeiros acusados de infectar 400 crianças líbias com o vírus da Aids. Washington afirma que o processo legal teve falhas neste caso.

O Departamento de Estado disse que os Estados Unidos vê seu relacionamento com a Líbia com seriedade, principalmente após Gaddafi abandonar seu programa de armas.

"Essas coisas têm valor e o presidente e a secretária de Estado não desejam voltar ao passado", disse a autoridade. "É tedioso, mas se nós somos pacientes e cuidadosos e um lado não se enfurece com o outro, eu espero que possamos superar essas coisas."

Apesar das relações diplomáticos estarem sendo restauradas e a abertura de uma embaixada ter sido anunciada, os Estados Unidos ainda não apontaram um embaixador para a Líbia.

Uma autoridade norte-americana disse não haver pressa para colocar um nome para aprovação do Senado, já que é improvável que seja aceito antes das eleições de novembro.

"Nós não vamos fazer isso, mas queremos maximizar as chances de êxito", disse ele.





Fonte: Reuters

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