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Saúde
Sexta - 22 de Setembro de 2006 às 19:07
Por: Cida Capelassi

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A Secretaria de Estado de Saúde alerta a população do Estado de Mato Grosso para os perigos da hantavirose. Com esse objetivo emite informações para a prevenção, cuidados e medidas para manter os ratos silvestres, principais reservatórios do hantavírus, longe do contato com os humanos, além de disponibilizar no site www.saude.mt.gov.br Nota Técnica sobre os riscos de transmissão da hantavirose nas zonas rurais.

A Doença: A hantavirose é uma doença infecciosa grave, detectada pela primeira vez em 1993, nos Estados Unidos. É causada pelo hantavírus, transmitido por ratos silvestres. A Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), mais conhecida como hantavirose é uma doença da área rural.Na região do cerrado brasileiro, o rato silvestre reservatório do hantavírus é o Bolomys lasiurius, conhecido como rato do capim ou rato-da-cauda-peluda. Apesar de registrada em quase todo país, a doença tem maior incidência nas regiões Sul e Centro-Oeste.

Transmissão e Sintomas - O hantavírus é eliminado através da saliva, fezes ou urina dos roedores. Essas secreções secam e misturam-se à poeira do ar. A principal forma de infecção ocorre quando a pessoa inala poeira em ambientes onde o vírus esteja presente, principalmente, locais fechados, como armazéns, depósitos e silos de alimentos ou grãos. A forma de contágio conjuntival pode ocorrer quando a pessoa esfrega os olhos, após ter contato com a urina , saliva e fezes do animal. E a forma percutânea acontece quando a pessoa é mordida pelo roedor.

Ao ser inalado, o vírus pode levar até 60 dias para entrar em ação. Normalmente, a pessoa começa a sentir os desconfortos da doença depois de 15 a 20 dias. Os sintomas da hantavirose são: febre, dores de cabeça, no corpo e na região abdominal. A doença pode ser confundida com uma forte gripe, podendo inclusive confundir o diagnóstico( por isso é importante a informação para uma melhor investigação, a exemplo informar o médico onde mora, onde passou os últimos sessenta dias).

No decorrer dos dias, o paciente começa a apresentar sinais mais graves. Inicialmente surge uma tosse seca, em seguida a respiração fica difícil. No estágio final, o paciente sofre de edema pulmonar. Os pulmões se enchem de água e o doente não consegue respirar. A sensação é semelhante a um afogamento.

Nos ratos silvestres que transmitem a doença, a infecção pelo hantavírus, aparentemente, não é letal levando-os ao estado de reservatório do vírus por longo período, provavelmente por toda a vida do animal. Os hantavírus são eliminados em grande quantidade pela urina, saliva e fezes dos ratos silvestres depositadas nos locais onde eles procuram alimento, como silos e depósitos de cereais.

Tratamento : Não existe vacina ou tratamento específico para a hantavirose. A única medida capaz de evitar a morte é o diagnóstico precoce e o manejo adequado. Ao surgir a suspeita de infecção pelo hantavírus, o doente deve ser encaminhado imediatamente a um serviço de referência que disponha de suporte clínico.

O percentual de cura da hantavirose nas Américas está em torno de 50%. Com as medidas do Ministério da Saúde e das Secretarias Estadual de Saúde para divulgar a doença, principalmente entre a sociedade médica, os índices de mortalidade baixaram para 35% em todo o Brasil.

Os técnicos da Saúde estão considerando como suspeito de hantavirose todo caso em que o paciente apresenta febre acima de 38 graus, acompanhada por um ou mais dos seguintes sintomas: calafrios, dor abdominal, náuseas, vômitos, dor de cabeça intensa ou insuficiência respiratória aguda, tosse seca sem catarro. Se o paciente reportar que trabalha na zona rural e o tempo de permanência é mais de 60 dias aumenta ainda mais a suspeita.

Medidas de Prevenção: Os celeiros, porões e casas nas regiões rurais devem ser limpos para evitar a propagação do vírus. Durante a limpeza, é necessário que o chão fique umedecido para não provocar poeira. Também é importante não plantar nada a menos de 30 metros de casa e não deixar lixo acumulado nas redondezas. Os grãos devem ser armazenados, em locais bem fechados, que impeçam o acesso dos roedores.

Também existe o risco de se contrair hantavírus durante pescarias e passeios de ecoturismo. Quem gosta de estar junto à natureza deve evitar práticas como deitar diretamente no chão, acampar em locais com presença de fezes de roedores ou de outros pequenos animais e andar descalço. Caso levem alimentos, os turistas devem mantê-los em recipientes hermeticamente fechados.

Para a desinfecção do ambiente,utilizar solução de água misturada a 10% de água sanitária, ou algum outro poderoso desinfetante, e o controle dos roedores silvestres como meio de prevenir a doença. Profissionais responsáveis pela investigação e desinfecção do ambiente devem usar equipamento de proteção individual (EPI), como aventais, botas, luvas e respiradores com filtro de contrapartículas P3.

Os familiares do paciente deverão ser orientados a roçar o terreno em volta da casa, num raio de 50 metros, observando-se a mesma distância para o cultivo de hortas.

Nunca se deve varrer ambientes fechados há muito tempo pois a poeira pode conter os aerossóis de urina, fezes ou saliva de roedores silvestres, o que infectaria os que estivessem encarregado da limpeza com a doença. Usar desinfetantes, com a água sanitária, na proporção de um litro de desinfetante para cada 10 litros de água, limpando o piso com um pano umedecido nessa solução, e fazendo o mesmo com móveis.

Alimentos e outros materiais com evidencia de contaminação devem ser eliminados em sacos plásticos resistentes, previamente molhados com desinfetante, e enterrados a uma profundidade de 60 centímetros, sempre usando luvas de borracha. Após a desinfecção as luvas devem ser lavadas com desinfetante, antes de tirá-las. Em seguida, as mãos devem ser lavadas com água e sabão.





Fonte: Da Assessoria

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