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Internacional
Sexta - 22 de Setembro de 2006 às 14:29

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Milhares de libaneses do sul viajaram nesta sexta-feira para Beirute para comemorar a vitória da milícia xiita Hezbolá contra Israel e fazer uma demonstração de seu enorme peso político, no momento em que a ONU pede ao grupo que entregue as armas.

Centenas de ônibus, automóveis e intermináveis procissões de pessoas com bandeiras amarelas do Hezbolá se dirigiram para os bairros da periferia sul de Beirute, devastados pela ofensiva israelense de julho e agosto.

O líder do Hezbolá, Sayyed Hassan Nasrallah, apareceu em público e acenou para partidários. Ele deve discursar para a multidão libaneses ansiosos por ouvir as palavras do carismático e venerado líder da milícia, que não aparece diante de seus seguidores desde o início dos confrontos com Israel no dia 12 de julho.

Ameaçado diretamente pelo Estado hebreu, o emblemático dirigente, de 46 anos, vive escondido e concedeu apenas algumas entrevistas a redes de televisão árabes. Sua participação nesta festa é uma incógnita.

Os altos comandos militares israelenses não quiseram fazer declarações sobre a atitude que tomarão caso Nasrallah, que já escapou ileso de um ataque aéreo israelense em julho, compareça finalmente a esta manifestação. De qualquer forma, o discurso do dirigente, ainda que gravado, marcará um antes e um depois neste momento de pós-conflito no Líbano.

"Nasrallah tentará, em seu discurso, traçar uma espécie de calendário para a fase política que temos adiante, sempre reiterando alguns princípios como a constância da resistência e a manutenção das armas", informou o diário L'Orient Le Jour.

A milícia respeita o cessar-fogo que entrou em vigor no dia 14 de agosto, mas se nega a entregar suas armas, como indica a resolução 1701 da ONU, que fixou as bases desta trégua e estipula que as únicas presenças armadas no sul do Líbano devem ser o Exército libanês e as forças de paz da ONU.

Porém, mal equipado e pouco respeitado por seus compatriotas, o Exército libanês parece, aos olhos do Hezbolá, incapaz de garantir a segurança do país, o que justifica, segundo a milícia, sua presença armada no sul, próximo da fronteira com Israel.

A enorme popularidade de Nasrallah contrasta com a queda na popularidade do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, em todas as pesquisas. No entanto, o chefe de governo garantiu que se pudesse voltar no tempo, tornaria a ordenar a ofensiva no Líbano, uma decisão que enfraqueceu seu governo, apenas quatro meses depois de ter sido eleito.

O Estado hebreu, que havia garantido que suas tropas sairiam do sul do Líbano quando os capacetes azuis da ONU mobilizados na região chegassem a 5.000, continua ocupando suas posições. Segundo a ONU, após a chegada dos contingentes espanhol, francês e italiano nos últimos dias, já foi alcançado o número de 5 mil capacetes azuis no Líbano. Com isso, a saída das tropas israelenses parecia ser questão de horas.





Fonte: AFP

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