Irã exibe mísseis e afirma estar pronto para repelir ataques
"Procuramos a paz. Mas estou dizendo às potências dominantes (o Ocidente) para que nem mesmo pensem em ataques, já que estamos totalmente preparados para defender o Irã", disse o 1o. vice-presidente, Parviz Davoudi, em discurso durante o desfile anual que marca o fim do conflito Irã-Iraque, entre 1980 e 1988.
Veteranos da guerra em cadeiras de rodas, soldados e membros da Guarda Revolucionária participaram da parada principal, realizada perto do templo dedicado ao pai da Revolução Islâmica de 1979, o aiatolá Ruhollah Khomeini.
Dois mísseis Shahab 3, com alcance de 2.000 quilômetros — capazes de atingir Israel e bases dos Estados Unidos no Golfo —, foram exibidos sobre caminhões.
"Vocês devem ter orgulho destes mísseis feitos aqui em casa", disse o locutor do desfile. "Deus é Grande!"
Washington, que rompeu relações com Teerã pouco depois da revolução, e outros países ocidentais vêm pressionando o Irã a suspender seu programa nuclear, que temem ser uma cobertura para a fabricação de armas atômicas. O Irã nega isso e diz que busca apenas produzir energia para fins pacíficos.
Os Estados Unidos dizem querer uma solução diplomática para o caso, mas não descartam ação militar.
Também foram exibidos no desfile mísseis Nazeat M6 e Zelzal 1, além de tanques. Aviões e helicópteros feitos nos EUA e na Rússia sobrevoaram o local, e pára-quedistas pousaram perto dali. Helicópteros do Exército despejaram flores sobre as tropas que marchavam em direção ao memorial, ao som de música.
Voluntários da milícia Basij, que se considera guardiã dos valores revolucionários, marcharam carregando cartazes com fotos dos "mártires" que morreram nos oito anos de guerra com o Iraque. "Estamos dispostos a morrer pelo nosso país", gritavam.
Muitos jovens iranianos perderam interesse pelos ideais da revolução islâmica, mas a maioria sente orgulho da determinação do país em manter o programa nuclear e desafiar sanções da ONU.
O Irã ignorou o prazo da ONU para encerrar o enriquecimento de urânio, e as grandes potências concordaram nesta semana em dar ao representante da política externa da UE, Javier Solana, até o começo de outubro para chegar a um acordo com Teerã sobre a questão.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse na quinta-feira que está disposto a negociar a suspensão do enriquecimento de urânio se receber garantias nos debates com as grandes potências.
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