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Sexta - 06 de Dezembro de 2013 às 22:45
Por: MARCIO CAMILO

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Cuiabá corre o risco de sofrer grandes enchentes por causa das áreas úmidas que estão sendo degradadas na região do Pantanal. 


 
O alerta é do professor alemão Wolfgang Johannes Junk, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Inau), que estuda as mudanças climáticas e ambientais na região. 


 
Segundo ele, as a áreas úmidas são de extrema importância para manter o equilíbrio do meio ambiente, principalmente no sentido de evitar catástrofes naturais, como as enchentes que ocorrem nas cidades. 


 
Junk destaca que a degradação ambiental está desregulando a função das áreas úmidas no Pantanal, que controlam a vazão de águas nas épocas de seca e de enchentes. Essa disfunção, conforme ele, pode provocar enchentes cada vez mais intensas, rápidas e devastadoras na cidade Cuiabá. 



 
Na região pantaneira, ele ressalta que áreas úmidas estão perdendo o efeito "esponja". 


 
De acordo com o professor, esse efeito permite que, durante o período chuvoso, essas áreas estoquem águas, para que, no período da seca, o Pantanal continue com as suas planícies alagadas, de modo equilibrado.


 
“Sem esse efeito, estão ocorrendo enchentes desproporcionais. Um exemplo é a região de Taquari, no Pantanal, que está com 9 mil metros quadrados de áreas permanentemente alagadas. Nessa região existem comunidades, fazendas, famílias que estão sofrendo com a morte do gado e falta do peixe”, afirmou Junk. 


 
O professor ressalta que a degradação no Pantanal acontece de forma "latente e continuada". 


 
Ela disse que, na década de 70, os rios e igarapés do Pantanal eram preservados, sendo “verdadeiros aquíferos na época de seca”.


 
No entanto, 15 anos depois, o professor constatou que essa mesma área estava devastada pela ação do homem. 


 
“Atualmente muitos desses riachos estão detonados, por causa do avanço da agricultura. Hoje já não há mais as matas que protegiam os córregos, que estão secos. Se não houver um trabalho de preservação desse ecossistema, o Brasil vai sofrer cada vez mais com as secas e também com as catástrofes provocadas pelas enchentes”, alertou. 


 
Inau


 
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Inau), do qual Junk é coordenador, é dos mais conceituados centros de pesquisas ambientais do Brasil. 


 
Recentemente, o Inau recebeu nota máxima do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que avalia mais de 100 centros de pesquisas pelo Brasil. 


 
“Do relatório de 15 páginas do CNPQ, fomos avaliados com o conceito máximo em todos os itens. É primeira vez que Mato Grosso alcança esse feito histórico, dentro da comunidade científica brasileira”, afirmou Paulo Teixeira, vice-coordenador do Inau.





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