Chávez se transforma no inimigo número um dos EUA
"Irã? A Venezuela assume a liderança na batalha dos discursos", diz o título de um artigo do jornal The New York Times sobre o discurso de Chávez na quarta-feira, durante o debate da 61ª Assembléia Geral da ONU.
"No final, o presidente Mahmud Ahmadinejad perdeu a tão disputada guerra verbal lançada contra o presidente Bush na Assembléia Geral. Um inimigo sigiloso chegou e levou o prêmio", afirmou o autor do artigo do Times, depois que Chávez chamou o presidente americano de "demônio" e "tirano" e denunciou o "imperialismo" de Washington.
No dia seguinte, Chávez voltou a insultar Bush, chamando-o de "alcoólatra" e "doente" durante uma visita ao bairro do Harlem nova-iorquino.
"Bush é um alcoólatra, um homem doente e complexado", afirmou Chávez durante um discurso na igreja batista Monte das Oliveiras, onde foi anunciar a expansão do programa de combustível mais barato para calefação que a Venezuela patrocina para as comunidades americanas menos favorecidas.
"Ele não tem a menor idéia do que é política", acrescentou.
"Como um pesadelo recorrente para a administração Bush, o presidente venezuelano Hugo Chávez está se tornando um dos líderes mais antiamericanos do mundo", comentou o San Francisco Chronicle. "El loco'' (em espanhol, no original) esquerdista vocifera contra Bush", afirmou o The New York Post, que incluiu um quadro com as frases mais importantes dos discursos de Bush, Ahmadinejad e Chávez.
O jornal The Daily News publicou sua "mensagem para o líder venezuelano: Hasta la vista, baby... e leve a ONU contigo".
"Os rompantes de Chávez chegaram um dia depois dos de Ahmadinejad, mas os do iraniano eram diplomacia franca comparados com os de Chávez", acrescentou.
"Até para os padrões das Nações Unidas", disse o Washington Post, "onde os Estados Unidos são freqüentemente criticados como o superpoder mundial, as palavras antiamericanas de Chávez foram excepcionalmente chocantes".
A edição americana do jornal financeiro britânico Financial Times disse que Chávez, com seu discurso, "assegurou sua vaga na história da ONU".
Na mesma linha, o USA Today comparou a apresentação de Chávez com outros momentos "históricos" da ONU, como a pisada na mesa do líder soviético Nikita Kruschev, em 1960, ou o discurso do palestino Yasser Arafat em 1974, com um ramo de oliveira e uma pistola.
O ex-presidente Bill Clinton, numa entrevista ao programa de Larry King na CNN, disse ser contra "o tipo de demonização pessoal" praticada por Chávez e advertiu sobre suas conseqüências funestas.
"Acredito que morre muita gente no mundo por causa das palavras imprudentes de pessoas que acreditam que estão fazendo um favor ao vilipendiar outras pessoas. Não acredito que isto seja bom para a Venezuela", expressou Bush "Poderia dizer que está em desacordo com o presidente Bush, ao invés chamá-lo de ''demônio''", acrescentou o ex-presidente.
"O problema com este tipo de política confrontacionista é que nunca se sabe onde acaba", disse.
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